Em dois meses, houve um acréscimo de 125% na oferta de leitos exclusivos para Covid-19 na rede estadual de saúde, saindo de 457 para os atuais 1.038 leitos.
Com o aumento crescente da demanda de hospitalização pelo novo coronavírus (Covid-19) em Manaus, a rede estadual de saúde segue reorganizando a rede de assistência na capital amazonense. A medida, prevista na quarta fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da Covid-19, levou a Secretaria de Estado de Saúde a mobilizar todas as unidades, inclusive hospitais de fundações e maternidades, para receber pacientes com a Covid-19.
O secretário também esteve no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, na zona leste. A unidade já destinou praticamente todos os leitos para a Covid-19. Dos 190 leitos de enfermaria, 150 já são exclusivos para essa finalidade, assim como os 11 leitos de UTI. Uma nova UTI está sendo preparada para ser aberta no segundo andar do hospital, no espaço do Almoxarifado.
Na manhã de sábado (02/01), o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, acompanhou o governador Wilson Lima em visita à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), onde estão sendo abertos 23 leitos para pacientes com câncer diagnosticados com o novo coronavírus, dez deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em seguida, foi à Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), onde também estão sendo abertos 23 leitos, sendo 20 de UTI, para pacientes com Covid-19. A unidade já havia destinado cinco leitos de UTI pediátrica para vítimas da doença.
“Estamos fazendo um esforço de reorganização da rede e implantação de leitos de combate ao coronavírus em todas as unidades. É um esforço do Governo do Estado, da Secretaria de Estado de Saúde e de todas as unidades de saúde para o combate ao coronavírus. Nós estamos fazendo a nossa parte. Mas é necessário que a população colabore fazendo a sua para evitar aglomeração, usar máscara e seguir todos os protocolos preconizados pelas autoridades sanitárias”, disse Marcellus.
Também foi anunciada a abertura de 46 leitos clínicos e 13 de UTI no Instituto da Mulher Dona Lindu.
Além dos prontos-socorros, o movimento também é no sentido de colocar leitos em hospitais classificados como unidades de retaguarda. Para isso, foram habilitados 30 leitos (10 UTI e 20 clínicos) no Hospital Beneficente Português. O Hospital Universitário Getúlio Vargas colocou à disposição 37 leitos Covid – 20 de UTI e 17 clínicos – e 27 Não Covid – 10 de UTI e 17 clínicos.
O secretário lembrou que, desde o início da pandemia, o Governo do Amazonas vem trabalhando para aumentar a oferta de leitos, tanto nas unidades configuradas como porta de entrada quanto no Hospital Delphina Aziz, estabelecido como referência para internações. Neste último, o número de leitos de UTI Covid aumentou 300%, saltando de 50, em março, para os atuais 150. O hospital conta ainda com 234 leitos de enfermaria, perfazendo um total de 384 leitos.
“É importante ressaltar que não paramos o atendimento normal das unidades. Ainda continuamos fazendo as cirurgias e os atendimentos ambulatoriais. Mas isso pode ser revisto, caso o número de internações continue avançando nessa velocidade”, observou o secretário de Saúde.
O Hospital Adriano Jorge está recebendo os pacientes de cirurgias gerais e ortopédicas dos prontos-socorros, e o Geraldo da Rocha, pacientes vasculares e de outras causas, para liberar espaço nos HPSs.
Com a rede privada também anunciando que está no limite, o Estado está usando a capacidade da rede pública, adotando fluxo de segregação de pacientes Covid dos não Covid para evitar proliferação do vírus nos hospitais.
Recorde de internações – As internações diárias nos hospitais de Manaus são as maiores desde o início da pandemia. No dia 31 de dezembro, foram 124 pessoas internadas em um único dia, o recorde para a cidade. Nos últimos quatro dias, foram 451 internações.