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Por Agência Amazonas
Prêmio Abric de Incentivo à Ciência. Foto: Acervo/Elzilene AraújoDesenvolvido por estudantes de Codajás (a 240 quilômetros de Manaus), com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeam), um projeto científico voltado ao ensino de química geral foi premiado pela Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric), formada por acadêmicos de todo o país, com foco na difusão da ciência entre estudantes pré-universitários e no apoio a jovens cientistas.
O projeto “Laboratório Aberto: A importância da experimentação no ensino de química” foi desenvolvido por alunos bolsistas matriculados no 1º e 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Indígena Professor Luiz Gonzaga Souza Filho, em Codajás, e foi amparado pelo Programa Ciência na Escola (PCE) da Fapeam, por meio do Edital nº 001/2020.
Com o fomento da Fapeam, os estudantes produziram um destilador por arraste a vapor, empregando materiais alternativos e de baixo custo, para a extração de essências de espécies vegetais como açaí, erva-cidreira, limão e puruí.
As substâncias aromáticas obtidas foram utilizadas pelos estudantes na fabricação de perfumes, sabonetes e sabão, sendo este último produzido a partir de óleo de cozinha, como forma de reaproveitamento do material, que pode causar danos ao meio ambiente quando descartado de maneira irregular.
Prêmio
Os alunos de Codajás concorreram ao prêmio pela primeira vez, e foram agraciados com a outorga de medalha e certificado em uma cerimônia de premiação dos melhores projetos selecionados, realizada de modo virtual, durante a 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em março deste ano.
A Febrace é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, e realiza todos os anos, na Universidade de São Paulo (USP), uma grande mostra de projetos, na qual os melhores trabalhos executados por estudantes são contemplados.
No total, 345 trabalhos, desenvolvidos por 716 estudantes, matriculados no Ensino Fundamental, Médio e Técnico, provenientes de 295 escolas, espalhadas pelas 27 unidades da federação, foram selecionados como finalistas. Cerca de 70% desses estudantes são de escolas públicas, e contaram com 482 professores atuando como orientadores e co-orientadores dos projetos.
Experiência
O bolsista do PCE, Sérgio Carvalho, destaca que a participação no programa foi uma experiência muito proveitosa porque incentiva os estudantes a ingressarem no universo da pesquisa científica.
“Não posso também deixar de mencionar a minha primeira participação numa feira científica como a Febrace. Ter tido o projeto selecionado foi motivo de entusiasmo para mim”, destacou Sérgio Carvalho.
A estudante Nelice Ramos, também bolsista do PCE, salientou que tinha grande interesse pela ciência e que a participação no Programa lhe fez ter a certeza de que quer seguir na área científica. “Fico muito grata por ter tido a oportunidade de participar do PCE e por ter ganhado a bolsa da Fapeam. Espero que mais jovens participem e tenham a mesma experiência que eu tive”, disse.
Para o bolsista do PCE, José Vítor da Costa, a experiência de participar do Programa foi uma ótima oportunidade de adentrar na iniciação científica. “Foi uma chance desafiadora porque foi a primeira vez que participei de um projeto científico como esse”, afirmou.
A coordenadora do projeto, Elzilene Araújo, destaca que a participação no PCE trouxe bastante conhecimento sobre o processo de aprendizagem, com a possibilidade de inserir no ambiente escolar, a oportunidade de motivar os estudantes a procurar e construir o seu aprendizado.
“A conquista do prêmio foi fruto do nosso esforço e dedicação. Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, enfrentamos e conseguimos um resultado satisfatório no final”, destacou Elzilene Araújo.
Projeto
A metodologia praticada no projeto permite a interação dos conteúdos da matriz curricular da disciplina, incorporado aos aspectos social, ambiental, político e cultural relevantes à ciência e tecnologia.
Uma das questões levantadas no ensino é trabalhar aulas mais expositivas como a experimentação, em que se possibilita a observação dos fenômenos se mostrando eficiente, acarretando a compreensão e assimilação de conceitos básicos.
PCE
Criado pela Fapeam, o PCE é desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto e pela Secretaria Municipal de Educação (Semed). O programa apoia a participação de professores e estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, da 1ª à 3ª série do Ensino Médio e suas modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar Indígena, Atendimento Educacional Específico e Projeto Avançar, em projetos de pesquisa a serem desenvolvidos em escolas públicas estaduais sediadas no Amazonas e municipais de Manaus.