Na Galeria do Largo, no Largo de São Sebastião, a “Coletiva 20.21” apresenta grafite, instalação, mural de desenhos, tambores do maracatu, desenho e agrega trabalhos contemplados pelo edital Prêmio Feliciano Lana, promovido pelo Governo do Amazonas como parte das ações da Lei Aldir Blanc, criada para auxiliar os trabalhadores da cultura nesse momento de pandemia.
Há 37 minutos
Por Agência Amazonas
Exposições no Centro de Manaus. Foto: Michael DantasO circuito de exposições no Centro de Manaus é um dos destaques da programação cultural deste fim de semana. Mostras com manifestações artísticas em diferentes linguagens estão em cartaz na Galeria do Largo, Casa das Artes, Palacete Provincial e centros culturais Palácio da Justiça e Palácio Rio Negro, com acesso gratuito.
Em “A Batida do Gueto”, de curadoria de Marcelo Rosa, são exibidos 12 tambores, onde artistas customizaram alfaias de maracatu de baque virado. Entre os convidados estão Júnior Smit, Flávio Tial, Kerolayne Kemblim, Diego Pico de Jaca e Adroaldo Pereira.
A exposição, com curadoria de Cristóvão Coutinho, traz artistas que representam a diversidade de processos criativos de artes visuais, com abordagens étnicas, antropológicas e sociais, em transversalidades na arte contemporânea, como Chermie Ferreira, Kina Kokama, Rakel Caminha e Tyna Guedes, com “Yapai Waina – Mulheres no Graffiti”; Sebastião Alves, com a instalação/vídeo “Lembranças de Minha Cidade”; Levi Gama, com o mural de desenhos “Boriwi – Mundo dos falecidos”; e Marcos Ney, com as séries de desenhos “Sociedade da Dedada” e “Sombras do Rio Negro”.
Em “Pandeart – Patologia Estética da Loucura em Tempos de Crise”, Hely Pinto propõe a reflexão sobre a responsabilidade com o planeta a partir de quadros, luminárias e esculturas elaborados com produtos encontrados pelo artista, durante a pandemia, nas ruas de Manaus. O foco da mostra é apresentar ao público uma visão de que tudo pode ser transformado, reutilizado e integrado ao cotidiano.
Na Casa das Artes, localizada também no Largo de São Sebastião, estão as mostras “Pandeart – Patologia Estética da Loucura em Tempos de Crise”, de Hely Pinto, “Miscelânea: Desenhos Digitais”, de Paola Honda Castro, projetos contemplados no edital Prêmio Feliciano Lana, “Natureza Humana”, de Rosemberg Prado, além de obras do acervo da Galeria do Largo, assinadas por artistas como Adalmir Chixaro, Raiz e Curumiz.
Rosemberg Prado, em “Natureza Humana”, destaca o comportamento das pessoas em relação à complexidade da sociedade contemporânea. Por meio dos traços, ele tem como tema principal de trabalho a natureza e o reflexo da humanidade através dela.
Em “Miscelânea: Desenhos Digitais”, Paola Honda Castro exibe 20 obras que retratam personagens autorais imaginários, a felicidade e a segurança do contexto familiar. Com 19 anos, a artista amazonense trabalha com releituras do segmento de anime.
Centros culturais
As mostras “Caruanas – O foco repousa na força mística”, “Olhares Tumbira”, “Abraçando o Xapono” e “Severiano 90 anos” estão sediadas no Palácio da Justiça (avenida Eduardo Ribeiro, 901, Centro).
A Galeria do Largo e a Casa das Artes não precisam de agendamento, porém, as visitas turísticas acontecem com até dez pessoas, conforme os protocolos de segurança em prevenção à Covid-19. O espaço funciona de terça a domingo, das 15h às 20h.
Já “Olhares Tumbira” oferece ao visitante a potência da Amazônia sob uma perspectiva jovem e genuinamente amazonense. Nasceu da perspectiva de lentes fotográficas de aparelhos celulares Samsung A31, doados pelo projeto “Oficina de Fotografia e Mídias Digitais” – contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana, promovido pelo Governo do Amazonas, como parte das ações da Lei Aldir Blanc – para 10 jovens lideranças da comunidade Tumbira, localizada à margem direita do Rio Negro, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, em Iranduba.
“Caruanas”, do designer mato-grossense Sérgio J. Matos, condensa relatos com ecos seculares nas comunidades ribeirinhas. Narra mistérios, crendices, reverências e respeito aos deuses e deusas que regem o ciclo vital. O fluxo abundante das águas do rio Negro e a vitalidade da floresta compõem o cenário das imagens. Modelos ribeirinhas corporificam figuras encantadas – as Caruanas – que habitam o imaginário popular.
Já “Abraçando o Xapono” reúne 30 fotografias de Nara Nascimento, que destacam a beleza da natureza, sobre uma representação do Xapono Yanomami, a casa plurifamiliar da etnia. A proposta da mostra é “abraçar” o Xapono com um varal fotográfico de 40 metros, representando as exuberantes fauna e flora que compõem o ecossistema ao redor de um Xapono real.
A mostra fotográfica é uma cooperação criativa e transformadora que fomenta o lado empreendedor dos jovens da floresta. O objetivo é despertar nos jovens do Tumbira o empreendedorismo ligado à uma economia regenerativa, de modo que desenvolvam o seu potencial e contribuam com a economia criativa na floresta.
São 24 registros fotográficos e nove joias/conjuntos que contemplam os edifícios projetados por Severiano, como a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), uma agência da Caixa Econômica Federal, o Fórum Henoch Reis, a Igreja de Cavaco, entre outras obras.
A exposição “Severiano 90 anos” é uma homenagem ao arquiteto de obras icônicas no Amazonas, Severiano Mário Porto. Participam da mostra os fotógrafos Selma Maia, Jorge Santos e a designer e fotógrafa Iuçana Mouca, que idealizou o projeto, com curadoria da arquiteta Ana Lucia N. S. Abrahim.
Palacete Provincial
Localizado na Praça Heliodoro Balbi, o equipamento que abriga a Pinacoteca do Estado e os museus de Numismática, Tiradentes, da Imagem e do Som (Misam) e de Arqueologia também está com a mostra “Na Sintonia do Rádio”, da antropóloga e diretora teatral Nonata Silva, em cartaz.
No Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, 1.546, está a exposição “O Clamor da Mata”, de Pietro Bruno. Em 15 quadros, expostos nas salas Antônio Bittencourt e Ephigênio Salles, o artista plástico defende a preservação da cultura indígena, a flora e a fauna amazônicas, ao retratar elementos do cotidiano e tradições indígenas, como também da Floresta Amazônica, por meio de uma abordagem baseada em uma nova estética artística e paleta de cores, contrastes, jogo de luz e sombra do cubismo e expressionismo.
O projeto foi contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana, que faz parte das ações emergenciais da Lei nº 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, operacionalizada no Estado por meio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
A exposição contempla três recortes específicos que destacam a invenção, as primeiras transmissões, rádios antigos, as radionovelas e toda a diversidade de timbres e sons das rádios locais, por meio de instalações interativas, memorial e equipamentos históricos.
Os equipamentos culturais passam pelo processo de sanitização e têm totens de álcool em pontos estratégicos. São exigidos todos os procedimentos para evitar o risco de contaminação, entre eles, o uso obrigatório de máscara, medição da temperatura e distanciamento de 1,5 metro. Também fica proibido o contato físico com elementos dos espaços, como colunas, paredes, vitrines expositoras, esculturas, pinturas, demarcadores, portas e maçanetas.
Protocolos de segurança
Para visitar as exposições do Palácio da Justiça, Palácio Rio Negro e Palacete Provincial é necessário agendamento por meio do Portal da Cultura (cultura.am.gov.br). Os espaços ficam abertos de terça-feira a sábado, das 9h às 17h.