As aulas, organizadas a partir das diretrizes e sugestões do “Guia metodológico para o ensino remoto”, lançado pelo Cetam em 15 de fevereiro, ocorrerão nos três turnos e serão ministradas inteiramente de forma remota, com o auxílio de ferramentas como o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e plataforma de videoconferência, além do apoio de aplicativos de troca de mensagens e comunicação em áudio e vídeo.
Há 53 minutos
Por Agência Amazonas
Centro de Educação Tecnológica do Amazonas. FOTOS: ReproduçãoNa segunda-feira (22/03), o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) iniciará as aulas dos cursos técnicos e especializações técnicas de suas três unidades próprias na capital: Instituto Benjamin Constant (IBC), Escola Enfermeira Francisca Saavedra e Escola Padre Estelio Dalison.
“Nesse cenário estão implantadas as tendências que vinham sendo inseridas, gradativamente, e que precisaram ser antecipadas por conta da pandemia do novo coronavírus”, destacou.
São aguardados 945 alunos, integrantes do grupo de aprovados oriundos do último processo seletivo ocorrido em 2020, que ofertou vagas nas duas modalidades para a capital e interior. De acordo com o diretor-presidente do Cetam, José Augusto de Melo Neto, todos iniciarão sua formação no novo quadro de reinvenção da educação e do mercado de trabalho.
Cientes dessas mudanças, muitos profissionais enxergam no momento mais uma possibilidade para adquirir novos conhecimentos e alcançar destaque na busca por qualificação profissional. É o caso da aluna Ilza Marques Oliveira, de 46 anos, técnica em Radiologia, aprovada no processo seletivo de 2020 para o curso de Especialização em Radiologia – Ressonância Magnética. Ela conta que entrou no Cetam em 2016, como estudante do curso Técnico em Radiologia. Desde lá fez uma qualificação atrás da outra.
A diretora acadêmica do Cetam, professora Rita Mara Garcia, ressaltou a importância dos cursos técnicos e especializações técnicas para aqueles que já enxergam a reinvenção dos profissionais que o período pandêmico exige. “Inevitavelmente, a pandemia exerceu um impacto no que diz respeito à reinvenção no mercado de trabalho atual. Características e habilidades antes tidas como sendo dos ‘profissionais do futuro’, estão sendo desafiadas agora.”
Para o diretor da Escola Enfermeira Francisca Saavedra, professor Salatiel Gomes, o início das aulas representa a confirmação de um ciclo do ponto de vista pedagógico e administrativo. “Acredito que todo início de ciclo de formação de cursos técnicos e especializações é sempre motivo de muita alegria, porque estamos dando vida ao processo de planejamento pedagógico e administrativo. Todos os cursos são realizados a muitas mãos. Por isso esse início só foi possível porque somos uma rede colaborativa”, informou.
“Após a colação consegui uma colocação na área de radiologia odontológica, campo no qual ainda atuo. Percebi que precisava me especializar mais, me atualizar e expandir meus conhecimentos. Foi quando fiz processo seletivo para as especializações técnicas. Isso deu tão certo, em termos de colocação e destaque no mercado de trabalho, que já estou na minha terceira especialização e pretendo fazer quantas forem possíveis”, contou Ilza.
“Tenho planos de montar meu próprio negócio e atender pessoas que precisam dos serviços do profissional de podologia. Quero dar aulas, claro, e partilhar meus conhecimentos e experiências. Alimento o sonho de realizar um trabalho social para atender os menos favorecidos acometidos de podopatias (doenças dos pés)”, comentou.
Essa relação entre busca frequente por melhoria na formação profissional, adaptação aos novos tempos e melhores condições de vida também é partilhada por Giovana Maciel, 53. A profissional, que já atende em salões e em domicílio realizando embelezamento de mãos, pés e depilação, revela que com o curso Técnico em Podologia pretende montar seu próprio negócio, inclusive aproveitando linhas de crédito de fomento do Governo do Estado, específicas para profissionais técnicos egressos do Cetam.
“Tenho orgulho dos dois anos de muitas dificuldades, sobretudo porque não desisti e cheguei ao fim. No dia 22 de março inicio Massoterapia, meu segundo curso técnico. Escolhi o Cetam porque esse nome, ‘Cetam’, carrega um peso importante na sociedade. Fiz na Escola Estelio Dalisson, em 2018, um curso de Depilação. Foi quando conheci os cursos técnicos e, após comparar com outras grades de cursos particulares, percebi que a do Cetam é bem mais completa.”
Márcia Lima, 49, está concluindo o curso Técnico em Estética na Escola de Educação Profissional Padre Estélio Dálison. Enquanto se organiza e prepara a agenda de clientes para a semana, fala com orgulho dos desafios, superações e da nova formação que vai iniciar.
Responsáveis pela função de mediar e criar situações didáticas que satisfaçam as necessidades e interesses dos alunos, eles terão o apoio do “Guia metodológico para o ensino remoto”, além de contarem com reforço das oficinas de capacitação organizadas pela coordenação pedagógica do Cetam no início de março.
Expectativas
Desde 2020, o Cetam vem se estruturando e criando estratégias para não parar o calendário acadêmico, mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia. Parte vital desse processo, os instrutores do Cetam também vivem dias de boas expectativas com o início das aulas remotas.
“Esse é o novo ‘normal’. Muitas mudanças foram necessárias, e uma das mais impactantes será o ensino remoto, devido à necessidade do distanciamento social. O ensino híbrido já é parte da realidade da educação atual e, diante disso, o docente terá de modificar seus métodos de ensino, prender a atenção deles e mobilizá-los a lidar com situações de aprendizagem em ambientes virtuais”, explicou.
Para Odair Cordeiro, 46, analista de qualidade do Polo Industrial de Manaus (PIM) e instrutor do Cetam no Centro Estadual de Convivência da Família (CECF) Padre Pedro Vignola, o ensino remoto pode se tornar um grande trunfo nas mãos do instrutor.
”Encaro com muito otimismo o ensino remoto. Trabalho na indústria, onde há uma demanda constante por profissionais prontos para atuar, mas que estejam atualizados sobre normas, regulamentações e processos. Percebo que a oferta de cursos presenciais por vezes não consegue acompanhar essa demanda urgente do mercado. Logo, os cursos remotos vêm de encontro a essa necessidade. Agora o aluno pode revisitar as aulas gravadas, acessar materiais, estudar e se qualificar de onde estiver e quando quiser, tudo remotamente”, disse Leandro.
Há, também, quem aponte o ensino remoto como a saída para ampliar ainda mais a oferta de cursos, tanto em número de vagas quanto em diversidade de qualificações. É o que afirma o engenheiro de segurança do trabalho Leandro Soares, 43, também instrutor do Cetam no CECF Padre Pedro Vignola.