As investigações sobre a autoria dos disparos feitos contra os jovens Emanuel Marinho de Almeida e Jonas Nogueira Júnior que, no último dia sábado(11), pararam para comprar água em um bar na Praça dos Caranguejos, no conjunto Eldorado, no bairro Parque Dez, zona centro-sul de Manaus, e foram atacados por dois homens desconhecidos, somente iniciaram nesta semana, após o deputado Dermilson Chagas (Podemos) discursar na tribuna no dia 14 (terça-feira) e de conceder várias entrevistas à imprensa criticando a falta de segurança pública não só na capital, mas também em todos os municípios do interior do Estado.
“Esse foi um crime de ódio e isso aconteceu porque não há uma política de segurança pública. A população se sente insegura em todo o Estado, não é só aqui na capital, não. É em todo lugar. Esses jovens pararam para comprar água e foram vítimas de preconceito e de uma violência que não se justifica. Eu me solidarizei com o sofrimento desses jovens quando soube desse atentado e discursei na tribuna responsabilizando a falta de policiamento no local, porque se tivesse pelo menos uma viatura lá, naquele lugar que vive lotado de gente, isso com certeza não teria acontecido ou então se tivesse acontecido a polícia teria prendido esses criminosos”, comentou Dermilson Chagas.
Dermilson Chagas se manifestou na tribuna somente no dia 14 (terça-feira) porque o crime ocorreu em um fim de semana e o primeiro dia de plenário acontece sempre na terça-feira. Na ocasião, o parlamentar ressaltou que a comunidade LGBT+ sofre preconceito todos os dias e que esse atentado foi uma prova contundente do que é o dia a dia de pessoas que convivem com a homofobia. O deputado também disse que esse atentado é fruto de preconceito e uma clara demonstração que o Governo do Amazonas não tem um planejamento estratégico de segurança pública.
Cobrança para a SSP-AM
O deputado Dermilson Chagas disse que é intolerável que uma pessoa seja atacada dessa forma por sua condição sexual, especialmente porque as pessoas LGBT+ já são vítimas diárias de preconceito na escola, no trabalho e até, como foi neste caso, quando a pessoa vai comprar água.
“É inadmissível que esse tipo de situação ainda ocorra por conta de preconceito e eu me solidarizo com esses dois jovens, que foram tão brutalmente perseguidos e atacados por esse homem que teve uma atitude homofóbica. A Secretaria de Segurança tem de dar resposta para esse crime, porque isso não pode ficar impune”, exigiu Dermilson Chagas.
O parlamentar destacou que, caso houvesse policiamento na área, esse crime provavelmente teria sido evitado. Ele lembrou que já utilizou a tribuna do plenário Ruy Araújo, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), para denunciar diversas vezes que o Governo do Amazonas não tem um projeto global de segurança pública que possa executar atividades coordenadas tanto na capital quanto nos municípios do interior do Estado.
“A Secretaria de Segurança Pública não dá resposta a contento para os problemas que o Estado enfrenta, sobretudo a ação do tráfico, que dominou o Amazonas ao ponto de chegar até a estabelecer toque de recolher para a população. E, recentemente, além do ataque que esses dois jovens sofreram, houve vários assassinatos, e a SSP-AM não dá resposta para esses crimes”, criticou.
Divulgação das imagens
Após as reclamações do deputado Dermilson Chagas, a PC-AM divulgou as imagens dos dois homens, que ainda não foram identificados, envolvidos na tentativa de homicídio dos rapazes. Um dos jovens foi atingido no ombro e o outro recebeu dois projéteis no tórax. Os dois foram socorridos e levados para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Um dos jovens ficou internado por dez dias e recebeu alta na última segunda-feira (20/09).
Disque-denúncia – Quem tiver informações acerca da localização dos dois indivíduos pode ligar para o número (92) 98476-0984, o disque-denúncia do 1º DIP, ou pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A identidade do denunciante será mantida em sigilo.
FOTO: MÁRCIO GLEYSON
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO DEPUTADO DERMILSON CHAGAS: GUILHERME GIL E KELRIANE COSTA