O deputado estadual Angelus Figueira (DC) trouxe à tona, nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) a reflexão e debate sobre um tema que ‘desafia’ autoridades no Estado, ao longo dos tempos: a preservação do maior patrimônio que a Amazônia dispõe, sua água. O deputado chamou atenção para a necessidade de envolver a sociedade, os Governos Federal, Rstadual e Municipal contra a poluição e acidificação dos igarapés, situações cada vez mais preocupantes e que podem trazer graves consequências para as futuras gerações.Na opinião de Figueira, o problema da poluição da água na Amazônia é crônico, mas está sendo deixado de lado, tanto por parte das autoridades, da sociedade, quanto por parte da grande imprensa.
“Estamos falando de um patrimônio vital, não só do ponto de vista do pescado, do abastecimento de água. Estamos falando da garantia que a Amazônia dispõe. Nós entendemos sua relevância, a urgente necessidade de aplicação de recursos, de saneamento, mas essa é uma abordagem que tem que ser enfrentada pelo homem da Amazônia. É preciso envolver a população, os Governos Federal, Estadual e Municipal, porque nós estamos perdendo essa guerra e as consequências serão devastadoras”, lamentou Figueira.
Angelus Figueira, de 70 anos, assim como outros deputados de sua geração, é testemunha do tempo em que os igarapés no Amazonas não eram poluídos, as famílias se reuniam para se divertir e onde as crianças aprendiam suas primeiras braçadas na natação.
“É um tema muito doloroso pra mim, para o deputado Belarmino Lins (PP), Adjuto Afonso (PDT) também, pois somos da velha guarda e vivenciamos outra cidade. Quando eu fui prefeito de Manaus, me doía muito quando as secretarias armavam aquelas redes que retinham toneladas de lixo de toda ordem: geladeira, fogão, garrafa pet, etc. E hoje não é diferente. Aquilo ali não só degrada o meio ambiente como mata a vida do igarapé. Todos esses igarapés tinham peixe e hoje eles não têm. E não tem porque é impossível, com tanta sujeira que o peixe sobreviva. É muito desagradável. Você se sente impotente ao ver o igarapé tomado de lixo”, comentou o deputado Serafim Correa (PSB), de 74 anos.
Figueira relembrou a atuação do ex-senador do Amazonas, Bernardo Cabral, em defesa do tema. Não é a toa que o relator da Constituição de 1988 é conhecido como o “Patrono das Águas”, cuja contribuição e legado está também na relatoria da “Lei das Águas” (Lei 9433/97) e na lei de criação da Agência Nacional de Águas – ANA (Lei 9984/00).
“O senador Bernardo Cabral deixou sua importante contribuição na história e na política como um homem preocupado em abastecer o Brasil com um estudo aprofundado sobre a utilização sustentável dos corpos hídricos – rios e lagos. E a exemplo dele, nós não podemos aceitar essa marcha inexorável da morte do grande rio, do descuidado com o que pode ser o maior patrimônio da Amazônia”, concluiu Figueira.
Foto: Jimmy Christian
Assessoria de Comunicação: Ed Blair