A cerimônia de implementação do medicamento foi realizada no auditório do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema, na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Com esse tratamento mais rápido, se espera redução dos casos de recaídas que são ocasionadas pelo abandono do tratamento atual por parte do usuário.
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Por Agência Amazonas
Medicamento começa a ser utilizado em seis unidades da REDE pública estadual na capital. Foto: Rodrigo SantosO Amazonas começou, nesta segunda-feira (20/09), a fase de implementação da tafenoquina, medicamento que reduz o tempo de tratamento da malária vivax para três dias, que atualmente dura de sete a 14 dias. Seis unidades da REDE pública estadual de saúde na capital passam a receitar o medicamento, juntamente com o teste G6PD, para diagnóstico deste tipo da doença. Manaus e Porto Velho (RO) são as primeiras cidades do mundo a utilizarem esse tratamento.
Descentralização
A secretária executiva adjunta de Atenção à Urgência e Emergência da SES-AM, Mônica Melo, explicou que a implementação do NOVO medicamento na rotina da REDE de saúde pública no estado ainda vai permitir avançar no trabalho de descentralização do tratamento da malária na capital.
Além da FMT-HVD, as cinco unidades da Secretaria Estadual de saúde do Amazonas (SES-AM) que passam a implementar o tratamento da malária com tafenoquina são as Unidades de pronto atendimento (UPA) Campos Sales e UPA José Rodrigues, e os Serviços de pronto atendimento (SPA) Danilo Corrêa, SPA Zona Sul e SPA Chapot Presvot. A meta é expandir o uso do medicamento para as demais unidades de saúde do Estado e da Prefeitura de Manaus.
A tafenoquina é um medicamento administrado em dose única, facilitando a adesão do paciente, sendo uma alternativa ao tratamento da malária com primaquina, administrada de sete dias a até 14 dias. A nova droga não exclui o uso associado com cloroquina, que dura 3 dias.
Secretária executiva adjunta de Atenção à Urgência e Emergência da SES-AM, Mônica Melo. Foto: Rodrigo Santos“A gente observou que os pacientes, os usuários, eles procuravam em primeiro lugar a Fundação de Medicina Tropical e a Fundação, além do atendimento a malária, tem uma carta de serviços enormes para atendimento, então a gente começou a organizar a partir do projeto da utilização da tafenoquina, o acesso do usuário para o lugar mais próximo da casa dele, conforme preconizado nas redes de atenção à saúde”, explicou a secretária.
Vantagem
O diretor de ensino e Pesquisa da FMT-HVD, doutor Wuelton Monteiro explicou que o tratamento mais curto de qualquer doença é o ideal, principalmente para o usuário. “No caso da tafenoquina qual a grande vantagem? O tratamento completo é bem curtinho. Aí as pessoas não vão desistir como faziam com a primaquina. Para qualquer doença, quanto mais curto o tratamento, melhor a adesão. Melhora a efetividade desse tratamento e as pessoas não ficam desistindo. Tratamentos longos são muito difíceis para qualquer paciente”, afirmou Wuelton.
O uso da tafenoquina e do teste G6PD compõem a ação de reorganização da REDE de saúde pública, por meio do Programa saúde Amazonas.
Secretário de saúde do Amazonas, doutor Anoar Samad. Foto: Rodrigo SantosO representante do MS, Francisco Edilson, coordenador substituto da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da saúde, explicou que o órgão federal trabalha na busca de inovações para eliminação da malária, como a tafenoquina e o teste G6PD. Para ele, a implementação da tafenoquina em Manaus e Porto Velho, vai permitir avaliar a expansão desse tratamento para os outros estados.
A cerimônia de implementação da tafenoquina teve a presença do secretário de saúde do Amazonas, doutor Anoar Samad, junto de representantes do Ministério da saúde (MS), da Organização Pan-Americana da saúde (Opas/OMS), das Fundações de Medicina Tropical e de Vigilância em saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e das Secretarias Estaduais de saúde do Amazonas e Roraima e Secretarias Municipais de saúde de Manaus e Porto Velho.
Estudo TRuST
O uso do medicamento é resultado do estudo Tafenoquine Roll-oUt STudy (TRuST), conduzido pelo MS e pela Medicines for Malaria Venture (MMV), com objetivo de entender a viabilidade de fornecer um tratamento de cura radical apropriado com base nos resultados do teste G6PD realizado em cenários do mundo real.
Representante do Ministério da saúde, Francisco Edilson. Foto: Rodrigo Santos“Os municípios de Manaus e Porto Velho são municípios que têm uma estrutura assistencial que permitem a gente iniciar esse projeto essa implementação para que a gente avalie como vai funcionar na vida real e com isso nós teremos subsídios para pleitear a incorporação definitiva e nos demais locais do Brasil”, disse o representante do Ministério da saúde.
A medicação PODE ser administrada para maiores de 16 anos que, obrigatoriamente, realizaram o teste de G6PD, uma enzima protetora presente no organismo humano. Pessoas com deficiência na produção dessa enzima podem apresentar reação (hemólise) ao uso de antimaláricos. A testagem irá proporcionar maior segurança e tratamento adequado aos pacientes.
