De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), de janeiro a maio deste ano, cerca de 4.816 mulheres foram vítimas de violência no estado. Com isso, o projeto Nova Rede Mulher da Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres da Sejusc oferece serviços de combate e enfrentamento à violência de gênero, bem como direciona as vítimas para os órgãos responsáveis. Neste mês, a campanha Agosto Lilás, reafirma o projeto de combate à violência contra a mulher.
Há 42 minutos
Por Agência Amazonas
Objetivo é ofertar serviços de combate e enfrentamento à violência de gênero – FOTO: Lucas Silva/Secom“Ele cavou um buraco para me enterrar”. Este é um trecho do relato de uma das 4 mil vítimas de casos de violência registrados no Amazonas neste ano. Visando combater esse crime e conscientizar a população, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) tem a missão de oferecer serviços de atenção e proteção à mulher, por meio do projeto Nova Rede Mulher.
“Estamos desde o começo do mês trabalhando pelo fim desse crime. Levamos as ações da campanha para os municípios com o intuito de alcançar grandes números de pessoas, destacando os benefícios que a Lei Maria da Penha oferece para a sociedade. Com a Lei Maria da Penha, muitas conquistas aconteceram durante esses 15 anos, são diversas histórias de luta, mas também são muitos ganhos”, disse a gestora.
A secretária Mirtes Sales, titular da Sejusc, destaca que os serviços são fortalecidos pela Lei Maria da Penha, que proporciona todo o suporte a essas vítimas, visando o rompimento do ciclo de violência.
“É importante que todos nós apoiemos o mês que visa o fim da violência contra a mulher. A Sejusc conta com a Nova Rede Mulher, projeto voltado para fortalecer a rede de proteção. Denuncie, disque 180”, destacou Maricília.
A secretária executiva de Políticas para Mulheres da Sejusc, Maricília Costa, relembra a programação da campanha Agosto Lilás que a pasta deve promover até o final do mês.
Outro depoimento chama a atenção. Uma mulher, de 32 anos, relata que sofria agressões e racismo do ex-companheiro.
Assistidas
Uma acolhida do Centro, de 36 anos, relata que sofria agressões do ex-companheiro durante quatro anos. “Ele me batia com pau, ferro, até cavou um buraco para me enterrar. Nesse dia eu vi que realmente ele iria me matar com uma pernamanca, então eu fugi. Procurei ajuda, o Cream me acolheu, lá tenho acompanhamento pedagógico, psicológico e toda assistência, não só eu como meus dois filhos. Minha vida mudou muito com o apoio que tive”.
A coordenadora do Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (Cream), Giselle Postal, explica que a rede de proteção à mulher faz todo o acompanhamento integral, onde a vítima permanece até o rompimento do ciclo de violência.
“Fiquei casada durante seis anos, mas eu comecei a ser agredida quando engravidei. Sofria não só agressões, como racismo dele e da família dele, e dizia que se a minha filha nascesse escura, não seria dele. Quando eu estava no período pós-gravidez, ele subiu em cima de mim, em cima da minha cirurgia, e batia na minha cabeça sem nenhum motivo. Procurei ajuda na delegacia da mulher, e lá me apresentaram o Cream, que deu todo o apoio que eu precisava, inclusive no divórcio, e hoje, eu me libertei desse relacionamento já faz dois anos”.
O vídeo com os relatos destas duas mulheres, que representam milhares de vítimas, está disponível nas nossas redes sociais, Instagram (@redesejusc) e Facebook (Sejusc Amazonas).
“A rede acolhe não só as vítimas, como os filhos, ambos recebem atendimentos no Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher, as mulheres têm um acompanhamento individual, em grupo e todo o suporte necessário, principalmente, psicológico. As unidades Sapem desenvolvem o apoio emergencial, proporcionando o primeiro apoio e acolhimentos, depois a vítima é encaminhada ao Cream”, disse a coordenadora.