Antes mesmo de completar um mês à frente do Executivo Municipal, o prefeito David Almeida já enfrenta a primeira grande crise de sua gestão. Com um pedido de prisão preventiva do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) e uma investigação do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre o caso dos “Fura Fila” na primeira fase do programa de vacinação contra a Covid-19 em Manaus, David Almeida já deve perceber que não terá “vida fácil” ao longo de seu mandato.
David Almeida foi eleito com o voto de confiança da população que não suporta mais as práticas políticas dos antigos “Caciques” do estado. Apesar do pouco tempo de gestão, David Almeida já sofre uma pesada cobrança da opinião pública em tempos de redes sociais, quando qualquer um fala o que quer para quem estiver disposto a escutar.
Para piorar a situação, um tsunami de Fake News causa, todos os dias, desinformação e revolta ao povo que já não sabe mais em quem acreditar. Na verdade, hoje o cidadão acredita no que ele quer, dado o momento de colapso na credibilidade que o Jornalismo vive no Brasil.
Diante do atual cenário, cabe ao prefeito evitar erros primários, pois a vontade de acertar não consegue sequer apaziguar os ânimos de quem apostou as últimas fichas no sentimento de mudança que abateu como uma onda as últimas eleições gerais e, mais recentemente, as municipais.
O Ministério Público do Estado do Amazonas, em seu papel de fiscalizador da lei, cumpre com o seu dever constitucional. Mas acreditamos que não é o momento de medidas extremas. Se houve erro na condução das políticas públicas de Saúde, que sejam reparados com urgência em um diálogo franco e aberto entre os poderes. É necessário que as investigações sigam o seu curso e que, lá na frente, os responsáveis sejam penalizados.
Agora, o que a população precisa é de respostas rápidas e eficientes. Ações emergenciais que consigam salvar a vida daqueles que estão dependentes do sistema público de Saúde. Não é o momento de conflito entre os poderes, muito menos de politização da pandemia.
Os antigos agentes políticos estão à espreita dos erros causados pela inexperiência das novas gestões. Qualquer vacilo é combustível para ataques implacáveis. Qualquer deslize uma oportunidade para a retomada do poder. E, no meio deste cenário desesperador, a sociedade desamparada, confusa e à beira de um ataque de fúria.
Neste momento, ninguém tem o direito de errar.