Com a participação de representantes dos principais centros de ensino público do Amazonas, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) deu início, na manhã desta quarta-feira (25), ao I Simpósio em Educação Pública no Amazonas. Coordenado pela Escola de Contas Públicas (ECP), em parceria com o Fórum Interinstitucional de Desenvolvimento de Pessoas (Fidepes), o encontro possui como tema “Desafios e estratégias durante a pandemia”, e traz as principais práticas exitosas de cada centro educativo implantada durante o período pandêmico.
“Colocar em prática o ensino durante a pandemia foi, sem sombra de dúvidas, algo bastante desafiador. Cada instituição educativa, sobretudo as do setor público, buscou a melhor forma possível de continuar ensinando seus alunos, e é exatamente isso que buscamos com esse simpósio, exaltar essas práticas exitosas que devem servir a partir de agora como referência educacional durante momentos de exceção, como foi o caso do período pandêmico”, destacou o presidente do TCE, conselheiro Mario de Mello.
O simpósio foi realizado de forma totalmente remota, e recebeu transmissão por meio do site da ECP e pelo canal do YouTube da Seduc, por meio do Centro de Mídias da Educação do Amazonas.
Conforme a coordenadora-geral da ECP, conselheira Yara Lins dos Santos, o encontro serve como um intercâmbio de informações e práticas que visam aprimorar o ensino educativo.
“Cada agende educativo teve uma experiência durante esse período que poderá servir como referência para que outros educadores aprimorem as suas práticas de ensino. Eventos como esse simpósio são indispensáveis, pois é na troca de experiências e conhecimentos que podemos fazer um Amazonas cada vez mais inclusivo na educação”, disse a conselheira.
Receita caseira
Um dos destaques do simpósio foi um resumo sobre a implementação do programa “Aula em Casa”. Implantado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o programa foi idealizado por meio do Centro de Mídias da Educação, e chegou até mesmo a ser expandido para mais dez estados brasileiros.
“Desenvolvemos um trabalho de uma capilaridade nunca vista, oportunizando, por meio do Aula em Casa, a possibilidade de atender alunos em dez estados no país, chegando no pico da pandemia com mais de 10 milhões de acessos a esses alunos para que a gente não parasse a educação”, destacou a titular da Seduc, Kuka Chaves, que ainda agradeceu ao TCE pela idealização do simpósio.
“Parabéns ao Tribunal de Contas do Amazonas por ter iniciado de uma forma substancial esse simpósio. Vamos poder demonstrar o trabalho realizado por cada órgão de educação nesse primeiro Simpósio em que apresentamos os desafios e estratégias para vivenciar esse momento de pandemia e pós-pandemia”, completou.
Dificuldades
Titular da Secretaria Municipal de Manaus (Semed), Pauderney Avelino destacou os principais desafios encontrados pela pasta para que os estudantes não ficassem sem aulas. Segundo ele, apesar de todo esforço, a vulnerabilidade social de famílias que não possuem acesso à internet foi algo bastante presente.
“Nos deparamos com famílias que possuem um ou nenhum dispositivo eletrônico para receber as aulas remotas. Temos na nossa rede mais de 60 mil alunos com essas vulnerabilidades. Muitas vezes o aluno tem que tomar emprestado o celular de um vizinho para poder assistir a essas aulas”, comentou.
Outra dificuldade encontrada, segundo o secretário municipal de educação, foi no âmbito do engajamento dos pais e responsáveis em instigar os estudantes a se manterem atentos às aulas.
“Aconteceu muito de os pais terem que sair para trabalhar, e as crianças ficarem só, o que dificulta com que aquele aluno preste atenção ao conteúdo repassado na transmissão remota. Então são dificuldades inerentes a essa realidade que vivemos e precisamos lidar diariamente”, destacou Pauderney.
Ainda durante apresentação da Semed, a professora-doutora Maria Inês Alcântara destacou as realizações da Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), que buscou aprimorar, por meio de programas específicos para o contexto da pandemia, o ensino escolar municipal, levando projetos focados em saúde mental para docentes, além de legados como cursos de formação para professores e outras ações de formação continuada.
O simpósio contou ainda com uma roda de debates entre secretários-executivos pedagógicos e de gestão, tanto do interior, quanto de Manaus. Durante a conversa, os participantes destacaram o processo de mudança repentino, por conta da pandemia, do modelo presencial para o remoto e, em seguida, para o modelo híbrido.
Entre os principais temas estiveram também o processo de retorno do ensino presencial, com a recuperação da aprendizagem, a segurança sanitária nos espaços físicos da escola, além da conscientização do uso de máscaras, distanciamento e incentivo à vacinação.
Mais experiências
Durante a tarde, a partir das 13h30, o Simpósio terá a participação de professores considerados sumidades na área educativa, entre eles o reitor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA, professor-doutor Cleinaldo de Almeida Costa; o reitor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), professor-mestre Jaime Cavalcante Alves; do diretor-presidente do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), professor-doutor José Augusto de Melo Neto; além do reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sylvio Puga.
O simpósio deve ter, ainda, apresentação das práticas exitosas do Ifam Drª Maria Francisca Morais de Lima, assim como das práticas exitosas da UEA e do Cetam.