“A intervenção federal na saúde é um pedido de socorro do povo amazonense que perdeu a esperança deste Governo durante a pandemia”. Foi com essa explanação que o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) concordou nesta segunda-feira (20), com o Requerimento de intervenção federal na saúde do Estado, que atravessa uma crise sem precedentes em virtude da pandemia do novo coronavírus, causador da Covid-19. O documento foi aprovado pela maioria da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e, na ocasião, o parlamentar ressaltou que a ajuda da União é uma prova da falta de capacidade do Executivo.
“Esse pedido do Poder Legislativo só materializa a incapacidade do governo de administrar o Estado. Não vejo outro caminho para ajudar os nossos irmãos amazonenses que estão morrendo nos hospitais, pois o Governo enfrenta de forma lenta esta crise. O povo já jogou a toalha para com este governo”, explicou Barreto.
O Requerimento, de autoria do presidente da Casa, deputado estadual Josué Neto (PRTB), Dra. Mayara Pinheiro (PP), Delegado Péricles (PSL), Fausto Júnior (PV), Felipe Souza (Patriota) e João Luiz (Republicanos) recebeu 13 votos a favor, sendo uma abstenção e dois votos contra. Barreto ainda considerou que caso o pedido de intervenção federal não seja acatado, a sociedade civil e organizações, sindicatos, OAB, entre outros, devem se preparar para solicitar à Aleam o impeachment do governador Wilson Lima (PSC) e do vice Carlos Almeida (PRTB).
Inauguração simbólica
O Líder da Minoria na Casa criticou, também, a inauguração do hospital de campanha da Nilton Lins, anunciada pelo Governo para atender pacientes contaminados pela Covid-19 no Estado, que iniciou as atividades com material e estruturas inadequadas, segundo relatório do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam).
Em documento, o Conselho relata irregularidades como falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais da saúde, falta de medicamentos, materiais para higienização e equipamentos como ventiladores e respiradores inadequados para o tratamento da Covid-19 no Estado, que já contaminou 2.160 pessoas e causou 185 mortes.
“A inauguração do hospital de campanha da Nilton Lins foi uma farsa desmascarada pelo Ministério Público e pelo Cremam. É inadmissível um governador chegar a este ponto, de maquiar um hospital, e isso é grave. Por isso, aprovo a intervenção federal porque a sociedade amazonense merece um tratamento mínimo e digno num momento crítico da saúde no Brasil e no mundo”, relatou o deputado, relembrando que o Ministério Público do Estado (MPE-AM) classificou a inauguração como `simbólica`.
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Foto: Hudson Fonseca – Aleam