O deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) repercutiu na tarde desta sexta-feira (31), sobre a aprovação do parecer da Comissão Especial do Impeachment que decidiu pelo arquivamento das denúncias por crime de responsabilidade contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do vice, Carlos Almeida Filho (PTB). Único a votar a favor do afastamento dos gestores do Estado, o parlamentar lamentou a decisão dos membros da comissão e afirmou que o relatório não condiz com os anseios da sociedade amazonense.
Em seu discurso, Wilker ponderou que a decisão do relator da Comissão Especial, deputado Dr. Gomes (PSC), é uma clara defesa a favor do Governo e afirmou que o relatório foi insensível com a vontade do povo, diante da conduta dos gestores em um ano e meio de mandato.
“O relator fez um discurso de defesa do governo, porque não considerar os fatos narrados na denúncia é não traduzir o sentimento do que o Amazonas passou na pandemia. E o que mais agrava é que o relator é médico, ou seja, uma total insensibilidade com o que aconteceu no Estado”, disse o deputado.
O parlamentar ainda fez duras críticas à Comissão por desconsiderar os últimos desdobramentos referentes à má gestão, como a inauguração “simbólica” do hospital de campanha durante o auge da Pandemia, atestado na inspeção do Ministério Público do Amazonas (MPAM), através do Gabinete de Enfrentamento de Crise (GAB-MPAM/COVID-19), dia 19 de abril, as inúmeras mortes ocorridas e escândalos da falta de atendimentos veiculados na imprensa local e nacional, o pagamento milionário de dívidas anteriores, como também a Operação Sangria, deflagrada no dia 30 de junho pela Polícia Federal (PF). A ação investigou possíveis práticas de corrupção, desvio de recursos, fraudes e organização criminosa dentro do Governo.
“Não considerar o caos na saúde na pandemia como a malversação dos recursos é muito grave. Os mais de R$ 200 milhões de restos a pagar, pagos mesmo com o conhecimento do início da pandemia, descartar a operação Sangria e não considerar os fatos trazidos pela CPI da Saúde é afrontoso e mostra um grande distanciamento desta Poder com a população”, concluiu Barreto.
Votos
Foram dez votos favoráveis ao relatório, um voto contra (Wilker Barreto) e quatro abstenções. Não houve captação apenas do voto do deputado Sinésio Campos (PT) e Dermilson Chagas (Podemos), este último em licença médica.
Os votos a favor do relatório vieram dos deputados: Joana Darc (PL), Roberto Cidade (PV), Saullo Vianna (PTB), Doutor Gomes (PSC), Alessandra Campêlo (MDB) Cabo Maciel (PL), Carlinhos Bessa (PV), Belarmino Lins (PP), Therezinha Ruiz (PSDB) e Adjuto Afonso (PDT).
Aqueles que se abstiveram: Felipe Souza (Patriotas), João Luiz (Republicanos), Fausto Júnior (PRTB) e Delegado Péricles (PSL).
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