Durante o evento, foi realizada reunião técnica para detalhar o planejamento feito pela Suframa para posicionar o CBA como centro tecnológico focado no desenvolvimento de bioprodutos e na geração de negócios que contribuam para apoiar demandas que fomentem a bioeconomia.
por Diego Queiroz publicado: 17/02/2020 21h54 última modificação: 18/02/2020 01h39
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, visitou nesta segunda-feira (17) o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus (AM), ocasião na qual reuniu-se com equipe técnica da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), visitou laboratórios do Centro e concedeu também coletiva de imprensa para discutir detalhes relacionados, principalmente, ao funcionamento do Conselho da Amazônia – organismo reativado no último dia 11 de fevereiro por meio de decreto assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Mourão foi recepcionado no CBA pelo superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, e pelo gestor do Centro pela Autarquia, Fábio Calderaro. A primeira ação no local foi a realização de uma reunião técnica na qual Mourão assistiu a uma apresentação institucional do Centro e pôde conhecer mais detalhadamente o planejamento feito pela Suframa para posicionar o CBA como centro tecnológico focado no desenvolvimento de bioprodutos e na geração de negócios que contribuam, sobretudo, para apoiar demandas de empresas de biotecnologia instaladas na região e fomentar a bioeconomia. Outras questões discutidas durante a reunião foram a necessidade de abordar a bioeconomia como política de Estado e formas de garantir maior segurança jurídica para projetos de sustentabilidade e bionegócios na região. Após a reunião, Mourão visitou também o laboratório de Química de Produtos Naturais, a Área de Biotecnologia Vegetal e a Central Química Analítica do CBA.
O vice-presidente encerrou a agenda no Centro com uma coletiva de imprensa para veículos de comunicação locais a fim de abordar, principalmente, a metodologia de operação e as metas do Conselho da Amazônia. Inicialmente, Mourão afirmou que a intenção do presidente Jair República ao reativar o conselho – o qual foi criado em 1995, mas que nunca chegou a se reunir – foi de integrar esforços, aprimorar a comunicação e trazer unidade e maior controle sobre as ações desempenhadas pelos entes federais na região. “O Conselho buscará agir dessa forma porque os problemas aqui, em uma região com essas dimensões, são complexos, não envolvem uma só entidade ou ministério. Minha responsabilidade enquanto líder do Conselho será conciliar todos os interesses de modo que o governo federal aja num sentido único e com resultados positivos para a região”, destacou Mourão.
Ele disse também que, neste primeiro momento, está buscando conversar de forma individual com governadores da região e com cada ministério envolvido no Conselho para conhecer as ações e os projetos desempenhados afetos à Amazônia. A reunião desta segunda-feira com a equipe técnica da Suframa – Autarquia vinculada ao Ministério da Economia que é responsável pela administração do modelo de desenvolvimento regional Zona Franca de Manaus – e a visita ao CBA são exemplos desse trabalho de diagnóstico e prospecção de ações. “Uma vez concluída essa etapa, minha equipe vai traçar um planejamento e convocar novamente os integrantes do Conselho, os governadores, para perguntarmos se está bom e poder partir para a execução. É importante compreender que ninguém está excluído. Iremos conversar e trocar ideias, buscar a sintonia fina entre os diversos envolvidos e fazer os ajustes dentro que é melhor para a região. Não é de Brasília que vamos estabelecer uma política sem conversar com quem está no terreno. A grande tarefa é exatamente isso: conectar-se com a realidade e não fazer as coisas do papel. Nós vamos fazer o Conselho funcionar”, projetou.
Ele ressaltou que o Conselho da Amazônia atuará baseado em três vetores – proteção, preservação e desenvolvimento – e que, no tocante ao desenvolvimento sustentável da região, uma das iniciativas será fomentar a bioeconomia e buscar novas possibilidades de desenvolvimento que tenham respeito irrestrito à preservação dos recursos naturais, dentro dos limites estipulados pela legislação nacional. “Temos desafios como a questão do zoneamento econômico ecológico e do ordenamento territorial, para garantir maior liberdade ao empreendedorismo. Existe também um excesso de regulamentação que termina por não atrair os empresários, uma infraestrutura deficiente de portos, aeroportos. Então temos que melhorar essas questões”, citou Mourão. “Mas não vamos fugir em nenhum momento da preservação da floresta. Temos que preservar e reflorestar também parte daquilo que foi degradado. Nesse mesmo lugar em que estamos, o CBA, existem pessoas que pesquisam isso, como espécies nativas podem trazer ganhos nesse aspecto”, ressaltou. “A bioeconomia ainda está muito no terreno da fantasia. Temos que trazer para a realidade, de modo que a região amazônica ganhe espaço e ao mesmo tempo mantenha em pé a floresta que é o seu maior marco”, complementou.
Por fim, Mourão mencionou a importância de aprimorar a comunicação tanto em nível nacional quanto em nível internacional sobre a Amazônia, mediante a projeção de uma imagem que seja mais fiel à sua realidade e aos seus desafios e que não fique marcada somente pelo noticiário negativo na temática ambiental. “Temos que avançar na comunicação, ir ao resto do mundo e mostrar o que é a Amazônia, para que as pessoas não se balizem única e exclusivamente por uma foto de uma mata em chamas e entendam a complexidade do que está aqui dentro. Nós temos um futuro promissor, mas, claro, com a nossa floresta sendo preservada”, finalizou.
O superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, disse-se convicto de que as visitas recentes ao CBA realizadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e agora pelo vice-presidente Hamilton Mourão reafirmam o papel relevante que a Suframa e o Centro estão assumindo no planejamento do governo federal de fomentar o vetor da bioeconomia e promover o desenvolvimento sustentável a longo prazo da região. “Tudo que está acontecendo desde o início deste ano, como a criação da Secretaria da Amazônia e também a reativação do Conselho da Amazônia nesta postura de transversalidade, indica que nós temos um papel extremamente estratégico para desenvolver a região. Em nossa reunião com o vice-presidente, colocamos as nossas demandas, ele as escutou e acatou, e temos agora ainda mais convicção de que o governo federal como um todo está alinhado com as ações desempenhadas pela Suframa”, ressaltou Menezes.