Trabalho de educação indígena faz parte de exposição sobre etnia baré no Museu Amazônico
O trabalho desenvolvido pelo Centro Municipal de Educação Escolar Indígena (Cmeei) Wakenai Anumarehit, da Prefeitura de Manaus, localizado na comunidade Parque das Tribos, na zona Oeste de Manaus, com jovens e adultos para valorização da cultura tradicional de aproximadamente 35 etnias residentes no local faz parte de exposição, no Museu Amazônico, Centro, até o dia 10 de junho.
Os visitantes poderão ter uma noção da dinâmica realizada para a valorização da cultura e da língua dos povos, por meio da Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei), da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A exposição faz parte da mostra “Makú Tá Muraki: a arte baré fazendo intercâmbio com o presente”, que tem como finalidade recuperar e resguardar a memória histórica e cultural dos povos indígenas. A mostra apresenta o resultado da luta para salvaguardar os costumes dos índios barés, por meio do artesanato produzido a partir de matéria-prima natural e industrializada.
Algumas das estratégias utilizadas, de acordo com a professora Cláudia Baré, foram a criação de jogos, cartilhas e eventos para chamar atenção dos jovens que moram na comunidade. “O material exposto no museu é uma demonstração do nosso trabalho como metodologia para que as crianças, através das brincadeiras, aprendam. A gente orienta as crianças e o público a usar a tecnologia a nosso favor. É desafiador, mas conseguimos ver os resultados”, apontou Cláudia.
Um desses resultados pode ser visto nas cartilhas que foram idealizadas em conjunto com os jovens da comunidade, segundo a professora. “É muito bom quando a gente vê que um aluno da gente consegue falar ‘bom dia’ e ‘boa tarde’, por exemplo, na língua indígena, quando ele usa nosso grafismo para se expressar ou ainda quando algum projeto desperta o interesse dos alunos”, completou.
Para o gerente da Geei, Glademir Santos, a exposição tem uma significação muito singular para a Semed porque é resultado de todo um processo de ensino-aprendizagem e da organização da escola indígena no Parque das Tribos. “A produção do material didático revela esse processo de reordenamento cultural dos índios na cidade. A Semed, nesse sentido, tem demonstrado uma sensibilidade histórica com a demanda de organizações indígenas no que diz respeito a estudo da língua e cultura. Esse estudo vem como uma forma de retomar a memória histórica dos povos da Amazônia, no contexto da cidade”, explicou Glademir.
Exposição
A seleção do Cmeei Wakenai Anumaherit para participar da exposição aconteceu por conta de um edital lançado pelo museu sobre trabalhos que envolvem a etnia Baré. O projeto apresentado pela professora Cláudia envolvia o artesanato do povo indígena baré juntamente com o Cmeei e a trajetória do Parque das Tribos.
De acordo com a diretora da Divisão de Difusão Cultural do Museu Amazônico, Carolina Brandão, a proposta apresentada atraiu pela temática. “É muito importante para nós essa aproximação com as escolas da Semed, da educação básica, porque entendemos que a missão do museu é de formação, não apenas de ser uma vitrine. Temos o interesse que as pessoas aprendam e que a partir daí seja gerado um novo conhecimento e há muito desconhecimento quando se fala dos povos tradicionais”, apontou.
A exposição ficará em cartaz no Museu Amazônico, na avenida Ramos Ferreira, no Centro, até o dia 10 de junho. A visitação é gratuita e acontece das 8h30 às 16h30.
Texto – Alexandre Abreu/Semed
Fotos – Eliton Santos/Semed
Secretaria Municipal de Educação (Semed)
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