Camisas estão divididas em três cores e adolescentes de todos os centros passaram a usar vestuário nas atividades
Propondo uma nova forma de estimular os adolescentes a cumprirem metas no sistema socioeducativo, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) implementou, pela primeira vez, o uso de uniformes para os 78 jovens que cumprem medidas. O uniforme é um direito preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As camisas estão divididas em três cores que simbolizam os níveis em que cada socioeducando pertence pela avaliação das equipes.
A uniformização foi aplicada nas cinco unidades que compõem o sistema socioeducativo da Sejusc. A ideia surgiu a partir do conceito do projeto “Teens ao Máximo”, que trabalha o senso de meritocracia entre os jovens. Nos espaços, eles passaram a utilizar o uniforme em todas as atividades diárias como escola, horta, esporte, padaria e ações pedagógicas.
O secretário William Abreu, titular da Sejusc, ratifica que o uniforme é um direito do adolescente preconizado pelo ECA e reforça que é a primeira vez que o sistema socioeducativo passará a ter o vestuário no dia a dia.
De acordo com a secretária executiva de Direitos da Criança e do Adolescente da Sejusc, Edmara Castro, os níveis dos uniformes, nas cores verde, azul e amarelo, levam em consideração o comportamento do jovem e avaliação das equipes das unidades feitas diariamente. Junto a isso, diz ela, os psicólogos e assistentes sociais traçam um objetivo, ações previstas e resultados esperados com cada adolescente.
“Trabalhamos a meritocracia dentro desse projeto na unidade porque é uma forma de ofertar benefícios para esses adolescentes. Por exemplo, um adolescente que tem um bom comportamento, que sobe de nível, tem direito a um almoço com a família no dia da visita, oferecendo assim algumas benesses como se fosse um prêmio pelo bom comportamento dele no período em que ele está dentro da unidade”, acrescentou Edmara.
Crescimento – No nível 1, simbolizado pelo uniforme de cor verde, o adolescente tem o primeiro contato com o sistema socioeducativo e passa a se familiarizar com as regras da unidade. Em seguida, no nível 2, é desenvolvido o Plano Individual de Atendimento (PIA), onde é identificado o problema na vida do adolescente e quais intervenções serão necessárias para que o jovem possa ser reinserido na sociedade. Nesta etapa, o jovem passa a usar o uniforme de cor amarelo.
“A partir do momento que estamos trabalhando esse menino, se ele evoluir dentro do PIA, ele é transferido de nível e chega ao 3, representado pela cor azul, momento que é feito um projeto de vida novo e uma reavaliação desse PIA. É o momento que se constrói o relatório e sabemos se ele está preparado ou não para sair do sistema socioeducativo”, explicou a assistente social Cídia Santos.
Centros Socioeducativos – A Sejusc tem como responsabilidade coordenar os trabalhos nos Centros Socioeducativos Senador Raimundo Parente, Dagmar Feitosa, Semiliberdade Masculino, Internação Feminina e Unidade de Internação Provisória.