Com o objetivo de atrair investimentos voltados para os negócios de impacto social e impulsionamento da economia local, a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), órgão da Secretaria Executiva de desenvolvimento econômico, Ciência Tecnologia e Inovação (Sedecti), esteve à frente da “Missão Yunus”, ocorrida durante na semana passada, onde acompanhou uma comitiva de representantes da Yunus Negócios Sociais Brasil.
Uma agenda de cinco dias marcou a visita dos diretores da Yunus Negócios Sociais Brasil, Luciano Gurgel e Francisco Vicente, no Amazonas. Eles fazem parte da empresa que tem como representante o economista Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006, conhecido como o pai do microcrédito e fundador do Grameen Bank e de outras 50 empresas em Bangladesh, a maior parte delas voltadas para negócios sociais.
A comitiva visitou os municípios de Manacapuru e Rio Preto da Eva, onde foi possível ver de perto como funciona o Coletivo do Pirarucu e a Unidade Produtiva de Meliponicultura, respectivamente. Naqueles locais, os visitantes conheceram as novas oportunidades para desenvolvimento de mercados a partir dos produtos da sociobiodiversidade amazônica.
Para a secretária executiva de Ciência e Tecnologia, Tatiana Schor, a Missão Yunus foi relevante porque vem consolidar a forma de atuação do Programa Estruturante Biopolis, que requalifica a noção de “diversificação econômica, visando fortalecer negócios de impacto socioambiental”.
“Esse tipo de ação que estamos fazendo, no modelo de hélice quádrupla, envolvendo os setores público e privado, coletivos e academia, é uma forma de divulgação científica focada. Divulgamos a ciência para grupos muito específicos, e isso é super importante”. Na avaliação de Tatiana Schor “às vezes, vale mais a pena do que se fazer algo mais aberto. Por exemplo, na reunião onde falamos a respeito dos subprodutos do pirarucu que vai além do filé, conseguimos informar aos colegas de outras secretarias, além do pessoal da UFAM, do INPA, coletivos e investidores, sobre tudo o que se PODE fazer com os subprodutos do pirarucu, demonstrando assim, algo inovador. Assim, estamos divulgando a ciência que é produzida no Amazonas para um público direcionado, e essa é uma propositura da SECTI – divulgar a ciência de uma maneira muito mais efetiva”, destacou a secretária.
Já no planejamento de divulgação de Inovação no Estado do Amazonas, Tatiana Schor chamou atenção para o evento “Bate Papo com a Yunus Negócios Sociais” que aconteceu em parceria com o Impact Hub na última quinta-feira (23). Ela definiu o evento como uma forma de “fortalecimento do sistema da Inovação no Amazonas, chamando os atores do ecossistema para dialogarem”.
Aceleradoras e incubadoras
A Missão Yunus também teve em sua programação, uma roda de conversas para conhecer as aceleradoras e incubadoras no Amazonas, além das principais pesquisas e investimentos que estão em execução atualmente na incubadora do INPA.
“Tivemos uma excelente visão sobre a forma de trabalho do Instituto Yunus, e conseguimos visualizar como eles podem nos ajudar a ter um ambiente de investimento e empreendedorismo social ativo e mais positivo aqui no nosso Estado. Estamos com uma boa expectativa de poder concretizar algumas ações. Essa interação foi muito boa”, destacou a coordenadora de Extensão do INPA, Rita Mesquita.
Instituto Yunus Negócios Sociais
A Yunus Negócios Sociais foi fundada em 2011, pelo ganhador do Nobel da Paz, professor Muhammad Yunus, e Saskia Bruysten, para promover a utilização de mecanismos de negócios na resolução de problemas da sociedade e do planeta em outras regiões do mundo. A YNS chegou ao Brasil em 2013 e desde então, já investiu mais de R$3 milhões, apoiou mais de 115 empreendedores em cinco negócios sociais, impactando mais de 800 mil vidas.
Em 2019, o professor Yunus solicitou que a equipe da YNS no Brasil desenvolvesse um programa para a Amazônia. A proposta da Missão YNS no Estado foi identificar pontos de sinergia para a construção de uma parceria entre YNS Brasil e o Governo do Estado do Amazonas com o objetivo de fortalecer e estruturar cadeias produtivas e rotas de comércio mais justas e, também, abrir novos mercados comprometidos em promover desenvolvimento sustentável territorial a longo prazo. A ideia seria formar uma REDE de parcerias estratégicas no Amazonas para prover apoios/mentorias aos negócios.