Farmacêutica responsável pela implantação é portadora de doença raríssima, conhecida como ossos de vidro
A farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Susi Chagas, que possui uma doença raríssima conhecida como ossos de vidro, foi responsável direta para a implementação das melhorias da Farmácia Hospitalar do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), ao idealizar o projeto pioneiro de manipulação de medicamentos.
A farmacêutica, que trabalha há 13 anos no Icam, afirma que não se sente limitada por ser uma Pessoa com Deficiência (PcD) e que sempre procurou levar a vida de forma natural, com as dificuldades e facilidades que existem na trajetória de qualquer ser humano.
“Nunca parei para pensar nas minhas limitações, nunca quis ser definida por ser PcD. Não que seja um demérito, mas porque sou uma pessoa, e como pessoa tenho qualidades e necessidades de uma pessoa. Ser farmacêutica é uma vocação que eu sei que eu tenho, realmente eu nasci para ser farmacêutica. Sou muito feliz na minha profissão”, contou.
Com mestrado em Química de Produtos Naturais, Susi relata que deixou de ser empresária e se apaixonou pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao ingressar no serviço público. “Passei no concurso da Prefeitura e do Estado. Na época, eu era empresária e acabei largando minha empresa. Mas acho que a saúde é para todos, e o SUS me apaixona por isso, porque não é só para quem tem dinheiro para pagar”, enfatizou.
A farmacêutica ressalta que tem o apoio da direção da unidade para a atuação no setor, que proporcionou a ela espaço para executar os projetos e que não a limitou profissionalmente por ser uma pessoa com deficiência física.
Pioneirismo – Desde a implantação do plano de dose unitária e manipulação de fórmulas farmacêuticas, o Icam conseguiu gerar uma economia de, aproximadamente R$ 37 mil por ano. Susi explica que a unidade faz a formulação de mais de 50 xaropes e pomadas, gerando economia, diminuindo o desperdício de insumos e aumentando a segurança na manipulação dos medicamentos.
“Esse sistema de dispensação de dose unitária, aqui no Brasil, só 1% dos hospitais, entre públicos e privados, adota. Mas essa é uma prática mais do que comum nos Estados Unidos e na Europa desde a década de 60”, explicou a profissional.