Carol GuerraEspecial para Ascom Ufam
“Educação não transforma o mundo, educação muda as pessoas e pessoas transformam o mundo”. Essa é a frase de Paulo Freire que move a vida educacional da docente Cláudia Guerra, dentro e fora da universidade.
Na manhã desta terça-feira, dia 02, com quase 35 anos de docência, a doutora em Ciências da Comunicação defendeu o memorial acadêmico que possibilitou sua promoção à classe de Professor Titular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Devido ao isolamento social causado pela pandemia do covid-19, o memorial foi defendido via videoconferência, tendo à banca professores da comunidade acadêmica, amigos e familiares, que acessaram uma sala online para prestigiar.
A trajetória acadêmica da professora Cláudia Guerra iniciou no ano de 1987, quando ingressou na graduação e foi apresentada de maneira profissional e intimista. Além de ser uma exigência legal, a defesa do Memorial para Magistério Superior é uma oportunidade que os professores de carreira têm para compartilhar suas histórias de vida e suas contribuições para com a academia e a sociedade.
“Pela manhã, ministrava aulas de Inglês e no período da tarde estudava para passar no Processo Seletivo da Ufam. Assim, acumulava experiências exercendo atividades de docência, as quais fui apreciando e me aprimorando cada vez mais. Foi nesta fase, que me encantei com a possibilidade de criar metodologias para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Em sala de aula, o que me deixava mais animada era ver a superação de alunos com dificuldades, a chance de mostrar a eles outras formas de aprender era o meu prazer. Compreendi que os conteúdos se tonavam bem mais acessíveis, quando você se propõe a facilitar o processo. Compreendi também que é importante analisar as limitações e os contextos sociais de cada aluno, pois observar a sala de aula com outra perspectiva é o que faz a diferença e dá resultados positivos.”
Logo que se formou, em 1997, ingressou na Ufam, no Instituto de Ciências Humanas (ICHL), como professora substituta no curso de Letras-Língua Portuguesa. Ao mesmo tempo em que atuava como docente, fazia especialização no curso de Comunicação da mesma universidade.
Em 1993, foi morar em São Paulo, com seu marido e colega de curso, Gilson Vieira Monteiro, onde foi selecionada para fazer o mestrado na Universidade Metodista de São Paulo em São Bernardo do Campo/Umesp/SBC-SP, na área de teoria da Comunicação. Já em 1999, realizou o doutorado na Escola de Comunicação e Artes ECA/USP, trazendo para a Ufam o conceito de Educomunicação, recém-criado pelo seu orientador, professor Ismar de Oliveira Soares, que hoje dá nome de curso da graduação na USP.
Logo, voltou para Manaus e em 2006 iniciou as atividades como professora efetiva da Ufam, vinculada ao Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação e, desde então, trabalha com questões ligadas a tecnologias assistivas e inovação. Atualmente, trabalha como Diretora no Departamento de Políticas Afirmativas (DPA-Proext), resgatando as ações afirmativas em torno de todo o universo da Instituição.
Reconhecimento
A comissão avaliadora que compôs a banca para Professor Titular da docente foi formada pelos professores doutores Zeina Thomé (Faced/Ufam), na condição de presidente, Beatriz Helena Dal Molin (Unoest/PPLLS), Crediné da Silva de Menezes (UFRGS/Faced) e Amarildo Menezes Gonzaga (Ifam). Como suplentes, constaram os nomes dos professores doutores Maria Conceição Fraga (UFRGN) e Alberto Nogueira de Castro Junior (Ufam/PPINFO).
“Fiquei extremamente feliz com a reação dos professores da banca ao conhecer o meu trabalho. A elaboração do meu memorial me deu a oportunidade única de voltar a olhar para trás no tempo. Na minha trajetória, nos passos da minha caminhada, pude perceber claramente quantos outros passos foram dados comigo, e a estes amigos caminhantes, os alunos, os professores, os técnico-administrativos, os funcionários, os profissionais, os familiares da longa jornada, só posso repetir: Muito Obrigada.”