As atividades ocorreram na manhã desta sexta-feira (21/08), na praça Heliodoro Balbi (praça da Polícia), Centro
Mais de 300 pessoas participaram da ação promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), em alusão ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. As atividades ocorreram na manhã desta sexta-feira (21/08), na praça Heliodoro Balbi (praça da Polícia), Centro, e levaram alimentação, serviços de saúde e beleza como forma de sensibilizar a sociedade sobre os direitos desse grupo vulnerável.
O evento começou por volta das 9h e contou com o apoio de entidades como a Comunidade Nova Aliança (CNA), Centro de Formação Vida Alegre, Desafio Jovem Manaus, projeto Mais Amor e da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas). A abertura teve a distribuição de café da manhã aos presentes e falas de representantes das pastas envolvidas. Em seguida, a programação seguiu com a apresentação do Coral Vozes da Rua, que entoou músicas nacionais e internacionais para animar o público. Parte do grupo aceitou passar pelo trailer “Banho do Bem”, com banho gratuito, e recebeu kits de higiene.
O secretário William Abreu, titular da Sejusc, destacou que a população em situação de rua possui uma Política Nacional desde 2009. O plano determina os direitos de ir e vir, além do acesso à cidadania, moradia e alimentação. William Abreu ressaltou ainda que, conforme os dados do Cadastro Único (CAD Único) para pessoas de baixa renda, a capital possui 800 pessoas vivendo em situação de rua.
De acordo com a secretária executiva de Direitos Humanos da Sejusc, France Mendes, o evento carrega um grande significado. “Essa ação é de grande importância ao dia alusivo, que é o dia 19 de agosto, dia que houve um massacre na Praça da Sé e que foi levantada essa bandeira em prol dessas pessoas que vivem nessas condições. Nós, da Sejusc, estamos aqui para através das políticas públicas dar garantia dos direitos a toda essa população que se encontra nessa situação”.
Monitoramento – A Sejusc dispõe de um setor específico para o monitoramento da população em situação de rua. O Departamento de Promoção e Defesa de Direitos (DPDD), por meio da Gerência de Políticas para a População em Situação de Rua, é o responsável por promover políticas de direitos para essa população com a realização de blitz noturnas, ações sociais e guia para acolhimentos.
A chefe do DPDD, Janeffer Santos, explica que muitas pessoas mudam para a rua por conta de desavenças familiares. “A pessoa em situação de rua, em sua grande maioria, saiu de dentro do seu ciclo familiar por conta de desentendimentos familiares, por discordar de algo dentro de casa. Então, ela encontra na rua um refúgio para aquilo que ela acredita ser o direito dela. Já vimos casos de filhos de pessoas em situação de rua, ou seja, isso se torna um ciclo”.
Abrigo emergencial – Em parceria com outros órgãos como a Seas, Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS), a Sejusc tem atuado no abrigo emergencial, na Arena Amadeu Teixeira, como política de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19). Atualmente, o espaço conta com 59 abrigados.
A diretora do Departamento de Proteção Social Básica Especial (DPSE) da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), Adriana Pellin, destaca a importância da luta pela política do direito da população em situação de rua através do Governo do Estado, que tem prestado todo apoio a esse segmento por meio da criação de bases emergenciais de acolhimento. As bases foram criadas para abrigar as pessoas em situação de rua durante a pandemia da Covid-19.
“Hoje, é um dia especial tanto para o Governo do Estado quanto para a Seas em conjunto com a Sejusc, até porque temos trabalhado diretamente com essa população desde março, nos espaços dos abrigos emergenciais, e a Secretaria de Assistência Social existe para todos aqueles que necessitam dela e para que os seus direitos não sejam violados”, pontuou.
É o caso de Anderson Monteiro, acolhido no abrigo emergencial, desde março deste ano. Ele conta que se tornou uma pessoa em situação de rua após desavenças dentro de casa. “Tive uma oscilação porque saía e retornava para casa. Depois desse descaso, resolvi morar na área central. O abrigo (Arena Amadeu Teixeira) é mais seguro porque não ficamos expostos. Temos assistência social e médica e lá, as pessoas estão sempre nos acompanhando, tudo o que um cidadão digno pode ter”.