Localizar vítimas de acidentes aquáticos é a especialidade do Pelotão Fluvial do Corpo de Bombeiros do Amazonas. Composto por 16 bombeiros mergulhadores, o pelotão de elite atendeu 106 ocorrências de resgate de pessoas em rios e igarapés do Estado, ano passado. Mais de 60% dos casos foram registrados em Manaus.
Segundo o comandante do Pelotão Fluvial, o subtenente José Fernando Liberato, os mergulhadores só podem atuar em conjunto, em uma quantidade mínima de quatro bombeiros. Por isso, quando há ocorrências no interior, efetivo da capital é encaminhado para apoio. Além de Manaus, há bombeiros mergulhadores em Parintins, Manacapuru e Presidente Figueiredo.
Muitas vezes confundidos com salva-vidas, os bombeiros de resgate em meio líquido têm funções diferentes daqueles profissionais. Enquanto o salva-vidas trabalha com prevenção em locais como balneários e clubes aquáticos, os mergulhadores atuam em resgate de corpos, de bens, casos de naufrágio e na reflutuação de embarcações. Eles mergulham em ambientes de até 39 metros de profundidade.
Em 2019, o pelotão atendeu 106 ocorrências, sendo que 64 foram referentes a resgate de cadáveres. Além de resgate de corpos, oriundos de casos de suicídio, homicídio, naufrágios e afogamentos, os mergulhadores também trabalham em casos de resgate de objetos ou animais.
Equipamentos – Além da qualificação profissional, os bombeiros mergulhadores também utilizam diversos equipamentos para as ações. Cintos com lastros, máscaras, lanternas, faca, capuz de mergulho, botas, luvas e nadadeiras são alguns dos itens empregados nas missões.
No ano passado, o governador Wilson Lima entregou novos equipamentos ao Corpo de Bombeiros. Para o pelotão fluvial foram destinadas 100 unidades de lastros, 50 coletes salva-vidas, 40 nadadeiras, 30 válvulas de 1º e 2º estágio, 20 coletes equilibradores, 15 cilindros tipo S80, dez facas de mergulho, dez lanternas de mergulho, oito consoles triplos para mergulho compostos por manômetro, profundidade e bússola, e três compreensões de alta pressão.
O treinamento para formação de um mergulhador ocorre fora do Amazonas. Uma seleção é realizada, e os classificados são encaminhados para o treinamento de pouco mais de um mês. Segundo Liberato, o curso é rigoroso, e muitos profissionais desistem antes de concluí-lo.
“Nesses 45 dias são feitas várias provas em que, muitas vezes, o militar vai sendo eliminado. Toda semana ocorre uma prova, alguns vão adiante e outros, não. De 50 mergulhadores que entram no curso, geralmente, formam-se seis ou sete profissionais”, destacou Liberato.