Pelo menos três toneladas de alimentos (entre não perecíveis, verduras, frutas e legumes) já foram doadas para instituições filantrópicas e também para famílias em vulnerabilidade social de áreas de periferia e ribeirinhas de Manaus. E mais uma tonelada será distribuída nesta semana. Esse é o resultado da ação “Mercado Solidário” – uma parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) com a Associação Polo Digital de Manaus (APDM) e a startup Onisafra.
O Mercado Solidário faz parte das várias ações para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) que a Sedecti, por meio da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), vem apoiando. Para quem quiser ajudar, basta acessar o site do Mercado Solidário: https://onisafra.com/manaus/mercadosolidario/ e escolher a cesta que quer doar.
Além de fazer as doações para quem necessita, a iniciativa também tem como objetivo auxiliar a cadeia produtiva, comprando os produtos de trabalhadores da agricultura familiar e de donos de mercadinhos de bairros da capital, já que esses enfrentam dificuldades para manter seus negócios.
Para o chefe do Departamento de Extensão Tecnológica e Inovação da Secti, Leonardo Silva, a ação do Mercado Solidário poderá atender a um público maior com o apoio de mais parcerias.
“Por ser uma ação apoiada pela Sedecti e operacionalizada pela startup Onisafra, trata-se de uma dinâmica maior no que se refere à aquisição dos produtos junto aos donos de mercadinhos e de produtores rurais e, também, à destinação para além das instituições que têm atividades sociais reconhecidas e para aquelas que não estão cadastradas em bases governamentais”, ressaltou Leonardo.
De acordo com Macaulay Souza, da Onisafra, 34 cestas foram doadas por meio da plataforma criada pela startup. Além disso, segundo ele, outras 34 cestas foram doadas pelo restaurante Caxiri para uma comunidade indígena
134 cestas foram distribuídas para instituições filantrópicas, sendo essas últimas, doadas pela organização Global Shapers Manaus que também é parceira da ação.
“Conseguimos a doação de mais uma tonelada de alimentos e, com isso, chegaremos à quatro toneladas de donativos. E, se aparecer mais doações, continuaremos a realizar as entregas que ajudam a fomentar a cadeia produtiva local e, ao mesmo tempo, ajuda quem está sem alimento em casa”, reforçou Souza.
Indígenas
Localizada na região do Tarumã Açu, a comunidade indígena Inhãa-Bé, da etnia tikuna, recebeu, no último fim de semana, a doação de 22 cestas básicas. Cerca de 15 famílias habitam naquela localidade que fica à aproximadamente 40 minutos de barco da sede da capital amazonense.
Yrá Tikuna, uma das representantes da comunidade, disse que a ajuda veio em boa hora e que foi possível até repartir com outras aldeias mais isoladas.
“Essa ajuda veio em boa hora porque estamos em uma situação muito difícil aqui. Nossa principal fonte de renda vinha da venda do artesanato e das apresentações de dança que fazíamos para turistas. Mas, com a chegada dessa doença (Covid-19), os turistas não apareceram mais e estamos muito preocupados aqui. Por isso dividimos as nossas cestas com os outros irmãos indígenas de outras aldeias”, revelou Yrá.
Agricultura familiar e mercadinhos
Algumas associações de agricultores que estão cadastradas na plataforma da startup Onisafra, se organizaram e venderam seus produtos, evitando assim um prejuízo nas safras.
O agricultor de orgânicos, Marcos Alves, da comunidade Renascer, localizada na Vicinal XV de Novembro, revelou que os produtores conseguiram se reunir e coletaram alguns itens para vender ao Mercado Solidário.