Por Irina CoelhoEquipe Ascom UfamImagem: SEDECTI
O Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC/Ufam), localizado em Benjamin Constant, na última terça feira, 7 de abril, recebeu R$ 500 mil do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para pesquisa sobre biodiversidade e fruticultura amazônica. O projeto intitulado ‘Mapeamento das cadeias produtivas da fruticultura e biodiversidade na faixa de fronteira Alto Solimões (AM)’ utiliza os recursos do Programa Rotas de Integração Nacional para trabalhar as redes interligadas de arranjos produtivos locais (APLs).
A expectativa é que nos próximos 18 meses os pesquisadores tenham o mapeamento das frutas e plantas medicinais da faixa de fronteira do Amazonas e estabeleçam protocolos de manejo e boas práticas para produção de insumos alimentares da região e uma padronização nas etapas das cadeias produtivas. A previsão é que ao final da pesquisa haja uma caracterização do setor de bioeconomia para produção de alimentos regionais e plantas medicinais subsidiando políticas públicas para geração de empregos e renda da população localizada na faixa de fronteira.
Segundo uma das coordenadoras do projeto, docente Taciana de Carvalho Coutinho, o estudo inicia com os diagnósticos das cadeias produtivas da fruticultura e biodiversidade das plantas amazônicas e em seguida será feita uma correlação dessas informações com os dados dos órgãos oficiais. “A finalidade é gerar um banco de dados das cadeias produtivas estruturadas pela faixa de fronteira do Alto Solimões. O estudo científico servirá para que indústrias e produtores rurais de frutas, plantas medicinais amazônicas, cosméticos e fitoterápicos identifiquem as oportunidades e desafios destes setores na região. Assim, será possível alinhar o desenvolvimento social e econômico com Ensino e Pesquisa”, explica.
A professora lembra ainda que com a identificação do fluxos comerciais e a produção do mercado local é possível estabelecer políticas públicas voltadas para a região. “Ao diagnosticar o setor produtivo de espécies vegetais com potencial uso alimentar e fitoterápicos é possível conhecer os agentes da cadeia produtiva e traçar estratégias de atuação ligadas à bioeconomia na região”, enfatiza.
De acordo com diretor do INC, professor José Ribamar Nunes, o recurso será utilizado na compra de equipamentos, pagamento de bolsas, diárias, passagens e apoio no desenvolvimento do projeto. “O projeto é estratégico para a região de fronteira do Alto Solimões já que engloba a Universidade, os governos Federal e Estadual, a sociedade civil e o setor privado. Haverá uma valorização da cadeia produtiva da fruticultura e biodiversidade com o potencial de criação de emprego e renda para região. Para o INC, coordenar uma pesquisa aplicada como foco regional é a possibilidade de contribuir de forma direta com a sociedade que vive no entorno da Universidade. O Instituto cumpre não só o seu papel de formação, mas também o papel social de transformação da realidade que está inserido. Lembro que a parceria com o MDR também abre portas futuras pesquisas”, diz.
Participam do projeto 18 docentes ligados aos grupos de pesquisa ‘Diversidade, Biologia, Química e conservação de recursos e ecossistemas amazônicos’, ‘Biodiversidade de Recursos da Região do Alto Solimões’ do INC/Ufam, o Núcleo de Estudos Socioambientais da Amazônia (Ufam/Uea) e do Programa de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Assessoramento no Alto Solimões (Prodesas/Ufam).
Missão Alto Solimões
O recurso financeiro disponibilizado para a pesquisa é resultado de articulações realizadas, entre os dias 9 e 13 de março, na Missão Alto Solimões que percorreu comunidades agrícolas pontuais nas regiões dos municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga. A Missão teve participação da Ufam e foi realizada pelo Núcleo para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Estado do Amazonas (NIFFAM), sob a coordenação da Secretaria Executiva de Ciência Tecnologia e Inovação (SECTI), ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI) do Amazonas.
Segundo a secretária executiva de Ciência Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI) e docente da Ufam, Tatiana Schor, a Missão Alto Solimões possibilitou aos pesquisadores da região mostrar aos gestores nacionais o trabalho realizado no Estado. “O nosso trabalho sempre levou em consideração criar condições adequadas para que jovens pesquisadores se fixem no interior do Estado. Essa é uma mão de obra qualificada que pode contribuir de forma significativa com o desenvolvimento do Amazonas. Pensando nisso, uma das ideias da SECTI é captar recursos para que mestres e doutores dessas regiões possam desenvolver pesquisas locais que envolvam a comunidade. Como professora da Ufam, pesquisadora, eu entendo a necessidade de fortalecer o que é produzido em termos de pesquisa no interior do estado”, finaliza.