Últimas notíciasAcadêmicos do sétimo período do curso de Fisioterapia do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ISB/Ufam), Yandra Alves Prestes, Lorena Forte Leão, Higo da Silva Lopes e Daniele Gerezim Rodrigues Barbosa publicaram o artigo “Cinesioterapia aplicada em crianças e adultos queimados: uma revisão integrativa da literatura” na Revista Brasileira de Queimadura (RBQ), único periódico em toda a América Latina que trata do assunto.
Nessa Revista são publicados os melhores estudos sobre questões que envolvem a temática da queimadura. Segundo explica o orientador do trabalho aceito pela publicação, professor Hércules Campos, “embora a atuação do fisioterapeuta nesse tipo de paciente seja essencial, ainda são bastante escassos na literatura os estudos de qualidade que falam sobre a intervenção desse profissional”. “A RBQ (ISSN é 1982-1883) publica as melhores investigações nessa área e ficamos muito felizes de ter conseguido entrar nesta edição da Revista”, reforça o professor.
Ele explica ainda que a metodologia utilizada permitiu avaliar os estudos que encontraram e deram uma nota de qualidade metodológica para cada um deles, pois se trata de uma revisão integrativa da literatura sobre a Cinesioterapia, que é “um tratamento que utiliza a atividade física com movimentos para favorecer o retorno da função musculoesquelética e manter – ou melhorar – o desempenho muscular do paciente”. Nesse caso, o público dos estudos analisados era formado por crianças e adultos queimados.
Pesquisa em base de dados
“Esse artigo nasceu na disciplina de Cinesioterapia, quando os alunos tiveram contato direto com a PEDro [Physioterapy Evidence Database], maior base de dados do mundo em ensaios clínicos em Fisioterapia, então, decidimos buscar o que havia na literatura sobre o assunto, de modo a fazer uma associação entre a cinesioterapia e a recuperação funcional desses pacientes”, esclarece o professor que orientou a pesquisa.
Ainda segundo ele, os resultados clínicos revelam que a Fisioterapia com os exercícios aeróbicos e resistidos após a alta hospitalar pelo período de cinco vezes por semana, de seis a 12 semanas, proporciona melhores resultados para crianças queimadas. Para adultos, a Fisioterapia com os exercícios ativos livres, alongamentos, exercícios aeróbicos e resistidos em ambiente aquático, três vezes por semana durante 12 semanas, são significativamente eficazes.
Nesse último caso, com o auxílio dos princípios físicos da água, há um desempenho físico melhor, o que reflete na mobilidade, na capacidade de consumo máximo de oxigênio, ADM, na potência muscular, na resistência à fadiga, na coordenação e na manutenção da biomecânica, da postura corporal e da marcha durante e após alta hospitalar.
Essas atividades contribuem para reduzir o inchaço devido aos princípios físicos na água e em terra, realizados independentemente da área lesionada, são eficazes para pacientes queimados, proporcionando qualidade de vida e retorno às atividades funcionais normais após o trauma. “É necessário que haja mais pesquisas com ensaios clínicos incluindo a aplicação da fisioterapia com exercícios cinesioterapêuticos direcionados a indivíduos queimados, pois é um trauma que ocorre constantemente e a função que o fisioterapeuta exerce é primordial para a reabilitação funcional e também para o aspecto biopsicossocial pós-trauma destes indivíduos”, finaliza o pesquisador.