A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde identificou inúmeras contradições no depoimento da senhora Carla Pollake, depoente na manhã desta segunda-feira (6), e apresentou documentos, matérias, fotos e até mesmo prints de conversas em grupo de whatsapp que comprovam a ligação e influência direta da depoente na tomada de decisões da atual gestão em projetos executados durante o momento de pandemia no estado do Amazonas. Diante dos fatos, foi aprovado requerimento que solicita ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) que investigue todas as relações e interesses lícitos e ilícitos da depoente com a atual gestão.
“Ficou clara a participação da senhora Carla no projeto Anjos da Saúde e também do marido, com entrevistas concedidas por ele mesmo se intitulando como parte da iniciativa. É certo que ela iniciou e executou o programa no valor de R$ 6mi, sendo R$ 2,5mi já pagos. Já que ela alega ser apenas voluntária, encaminhamos ao MPF pedido para que apure qual a real relação financeira dela com o governo”, disse o presidente da CPI, deputado estadual Delegado Péricles (PSL).
De acordo com o parlamentar, crimes como falsidade ideológica, tráfico de influência, dentre outros, devem ser apurados. “Se ela diz que era apenas voluntária, mas mesmo assim utilizava cartão de visita oficial do Governo do Estado, já indica utilização de uma falsa identidade, além de isso demonstrar que ela pode ter feito isso para obter vantagem em outros negócios. Tráfico de influência também deve ser apurado”, continuou.
Durante todo o depoimento, a senhora Carla Pollake negou qualquer influência ou autoridade direta sobre as ações e comandos do Governo do Estado. Segundo ela, todo o serviço de “consultoria” foi realizado gratuitamente por amizade ao atual governador do Amazonas. No entanto, imagem do cartão de visita oficial do executivo estadual com o nome dela, além de print de conversa em grupo de mensagens com diretores de SPAs , onde ela aparece como a responsável por adicionar a ex-secretária de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Caroline Brás, foram apresentados pela comissão como provas de que a influência dela era maior no âmbito governamental.
“Ela toma a direção de autoridade em várias frentes e momentos, inclusive com autoridade para apresentar secretariado – como fez com a atual secretária de saúde, Simone Papaiz -, ou adicionar outros a grupos importantes da saúde do nosso estado. É indiscutível a existência de muitos crimes e que precisam ser investigados a fundo”, concluiu Delegado Péricles.
Carla Pollake foi citada durante os depoimentos do ex-secretário executivo da Susam, João Paulo Marques; e do ex-secretário Rodrigo Tobias. De acordo com depoimentos, ela teria convocado reunião para apresentar a atual secretária de Estado de Saúde e, ainda, comunicado o ex-secretário da existência do projeto Anjos da Saúde, sem que ele sequer tivesse sido aprovado pela equipe técnica da pasta.
Gabinete do Deputado Delegado Péricles (PSL)
Texto: Assessoria do Deputado
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Foto: José Zamith