Aproximadamente 500 alunos do Programa Nacional de Inclusão de Jovens e Adultos (Projovem Urbano) participaram da cerimônia de formatura realizada na noite desta quinta-feira, 12/3, no auditório Nina Lins, na Universidade Nilton Lins, zona Centro-Sul de Manaus. Os estudantes fazem parte de uma edição especial que iniciou em 2017.
O Projovem Urbano é realizado desde 2005 como uma ação integrada do Ministério da Educação (MEC) com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que efetiva a inserção cidadã com a diminuição da desigualdade social e oportuniza conhecimentos para jovens que não puderam concluir o ensino básico.
A cerimônia, que começou com depoimentos dos alunos e agradecimentos aos professores, contou com a presença da secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt, de chefes de Divisões Distratais Zonais, dos subsecretários de Gestão Educacional e de Infraestrutura e Logística e da Semed, Euzeni Araújo e coronel Darcelo Cavalcante, além dos familiares dos formandos, gestores e professores.
A secretária Kátia Schweickardt destacou que o programa ajuda o poder público a diminuir a dívida social no que tange a educação e a alfabetização na idade correta no Brasil.
“Por meio desse programa, não só permitimos que esses alunos terminem o ensino fundamental, como oportunizamos um curso profissionalizante para que eles possam se inserir no mercado de trabalho, que é outro fator que limita e faz com que muitas vezes esses jovens não se vejam como cidadãos plenos”, disse a secretária, que também falou sobre a importância da rede municipal de Manaus em contar com um programa como o Projovem.
“O Projovem ensina muito à rede, porque com ele aprendemos com o desafio de fazer educação nessas situações, com escolas que muitas vezes têm uma realidade muito adversa e por isso, compreendemos o que verdadeiramente significa o potencial transformador da educação. Além disso, esse programa tem uma frente importantíssima de resgate dessa dívida social com programas de educação, profissionalizantes e de letramento”, completou.
Edição especial
A edição especial de 2017 do Projovem Urbano ofereceu 1,4 mil vagas. Desse total, 840 alunos chegaram até o final do curso e 500 foram aprovados. Além do ensino fundamental, os formandos tiveram acesso a qualificação profissional na área da saúde e recebam uma designação para começar o ensino médio, inclusive, alguns já concluíram essa etapa e já estão em condições de pleitear uma vaga em uma faculdade.
Para a coordenadora geral do Projovem Urbano, na Semed, Nazaré Vincentim, esta edição foi um sucesso. “Tivemos uma edição que não foi nada fácil para alcançarmos a nossa meta, mas com o esforço de todos, nossos alunos vão sair com a qualificação profissional e com o ensino fundamental concluídos. E diante de todos os nossos desafios, nós estamos saindo com a certeza de que fizemos um bom trabalho, com sentimento de dever cumprido e que esses alunos estão aptos a cursar o ensino médio”, afirmou.
O projeto foi realizado nas escolas municipais Vicente de Paula, Rodolpho Valle, João Goulart, Francisca Pergentina, Elvira Borges, Sabá Raposo, Marly Garganta, Themistocles Gadelha e Plínio Ramos Coelho Firme na Fé, Ignês de Vasconcelos,Themistocles Gadelha, Leonor Uchoa, Jarlece Conceição Zaranza, Agenor Ferreira Lima, Eliana Lúcia, Manuel Ferraz, Jornalista Sabá Raposo e Arte Cultura.
Superação
Cada aluno teve uma razão para interromper os estudos, alguns por motivo de trabalho, outros porque não tinham incentivo da família para concluir os estudos ou ainda por dificuldade econômica para se deslocar a escola.
Sem incentivos da família para estudar, Marly de Souza, 29, natural do município de Jutaí (a 749 quilômetros de Manaus), contou que veio para Manaus em 2003, mas só em 2017 voltou a frequentar a escola, por meio do Projovem Urbano. “Ficamos um ano e seis meses estudando e não foi nada fácil, mas, graças a Deus, consegui terminar meus estudos e agora pretendo terminar o ensino médio e me tornar uma professora”, disse.
Diego Maciel Rodrigues, 30, motorista carreteiro, estava há 12 anos sem estudar e resolveu voltar para a sala de aula porque estava com dificuldades de se inserir no mercado de trabalho.
“No primeiro dia que eu cheguei na escola, depois de 12 anos sem estudar, me senti de certa maneira fracassado por estar iniciando algo que deveria ter terminado há muito tempo. Mas, hoje, meu sentimento é completamente o oposto disso, estou muito feliz por ter conquistado vários amigos e vencido uma importante etapa da minha vida”, concluiu.
Texto – Emerson Santos/Semed
Fotos – Eliton Santos/Semed