Mesmo com o impacto da pandemia da Covid-19 sobre a atividade econômica, o Polo Industrial de Manaus (PIM) manteve-se como destino preferencial para novos investimentos em 2020. O Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) captou este ano recursos de R$ 10,506 bilhões, distribuídos por um total de 203 projetos industriais aprovados, um aumento de 88% em relação a 2019, quando foram apurados R$5,58 bilhões aplicados em novos empreendimentos no mercado local.
Na avaliação do secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Jório Veiga, os bons resultados obtidos pelo Codam este ano, mesmo com as incertezas do mercado com a pandemia são o resultado de frente exitosa formada pelos investidores e Governo.
“O mérito é dos investidores que assumiram riscos em um momento de grande insegurança para bancar seus projetos, com o apoio fundamental do Governo do Estado, que não mediu esforços para minimizar o impacto sobre o setor produtivo”, acrescentou.
Balanço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), aponta que nos últimos 5 anos, o segundo melhor desempenho do Codam na atração de investimentos aconteceu em 2016, com um total de R $8,83 bilhões.
Em 2015, os investimentos ficaram na marca de R $4,78 bilhões. Em 2017, os investimentos no PIM somaram R $7,78 bilhões, e em 2018 houve um recuo de 28% em relação a esse resultado, totalizando R $7,78 bilhões em investimentos.
Com relação a oferta de empregos, houve em 2020 uma redução de 2% em relação ao ano anterior. De 7.209 vagas projetadas em 2019, 7.082 foram acordadas neste ano.
A diversificação do portfólio de produtos do PIM foi um grande avanço na configuração industrial do PIM em 2020, destacou o secretário Jório Veiga. Entre os novos setores promissores de produção estão o segmento de energia renovável, gás e tecnologia. Este ano, dois projetos seguiram essa linha: o da Smart Modular Technologies, líder em produção e venda de componentes e dispositivos de memória, cujo projeto no valor de R$177 milhões foi aprovado na reunião do Codam realizada nesta quinta-feira.
No segmento de energia renováveis, a Ecotelhasolar anunciou a abertura de uma unidade no Polo Industrial de Manaus (PIM) para a produzir telhas solares fotovoltaicas, a partir do segundo semestre de 2021, com investimentos de R$ 22 milhões e 200 novos empregos. “O caminho que buscamos é esse: fortalecer os setores nos quais temos grande expertise, como Duas Rodas, Eletroeletrônicos, Componentes, ao mesmo tempo em que ampliamos a capacidade produtiva para segmentos emergentes.
Desenvolvimento no interior
A política de interiorização do desenvolvimento para as cidades do interior do Governo do Amazonas registrou um salto surpreendente. De acordo com balanço da Sedecti, em 2020 os investimentos das cidades do interior este ano somaram R $112,15 milhões. Em 2019, essas aplicações totalizaram R$4,05 milhões. Em 2018, os investimentos fora do eixo da capital limitaram-se a R$2,63 milhões.
“Esses resultados comprovam o acerto da articulação interinstitucional promovida pelo Governo, ao alinhar ações envolvendo Sepror, Sedecti, Sema, Seinfra e Sect, entre outros órgãos, para materializar projetos voltados para o aproveitamento do vasto potencial dos recursos da biodiversidade do Amazonas”, avaliou Jório Veiga.
Em outubro deste ano, o Codam aprovou o maior volume de investimentos para as cidades do interior em uma única pauta: R$ 80 milhões do total de R $869 milhões previstos em 33 projetos industriais.
Um dos empreendimentos mais significativos nesse processo de expansão do desenvolvimento do Estado foi a inauguração, em agosto deste ano, da fábrica da Abufari Coleta de Produtos Florestais em Tapauá, na região do Purus. O projeto da empresa, aprovado em junho pelo Codam, é um empreendimento pioneiro que gerou 350 empregos diretos com investimentos de quase R$1milhão, abrindo um novo cenário de desenvolvimento na região do Purus.
A fábrica de beneficiamento de castanha da Abufari é a primeira agroindústria instalada em Tapauá e vai permitir maior valor agregado ao produto na região, eliminando a figura do atravessador, e garantindo aos castanheiros uma renda melhor, sem contar a formalização de empregos na cidade. A partir da nova fábrica, a castanha ganha valor agregado, o que significa que a cidade agora é um centro de produção e não apenas fornecedor de matéria-prima para outros Estados.
Última reunião
Na 288ª reunião realizada nesta quinta-feira, na Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), o Codam autorizou a implantação de mais 40 projetos industriais com investimentos estimados em R$ 2,65 bilhões e 1.806 empregos, ao longo dos próximos três anos.
Os destaques da pauta foram os projetos do grupo Transire, estimado em R$ 1,420 bilhão, o equivalente a 53% do valor total dos investimentos aprovados pelos conselheiros nesta reunião, para a fabricação de terminal de autoatendimento e o da Foxconn Eletrônicos com recursos de R$ 237 milhões para produzir unidades digitais de processamento.
Outro projeto expressivo aprovado foi o da Mondial de ampliação da linha de eletrodoméstico, que deve abrir cerca de 130 vagas no mercado de trabalho com recursos de aproximadamente R$ 159 milhões.
Em Anamã e Manacapuru, a Pinheiro e Silva espera investir cerca de R$ 10,499 milhões para produzir filé de peixe e peixe beneficiado, o que deve abrir 125 empregos divididos entre as duas cidades. A RMTC aprovou projeto para produzir castanha beneficiada em Humaitá com recursos de R$ 85 mil.
Também foram aprovados os projetos da Ardagh Indústria de Embalagens, para fabricar tampas de alumínio com investimentos de R$ 221 milhões. O grupo SMART aprovou projeto no valor de R$ 177 milhões e 142 postos de trabalho.