Apesar da arrecadação do Amazonas ter crescido R$ 818,94 milhões no primeiro semestre de 2020, em meio à pandemia, o que vem preocupando são as despesas descontroladas. Segundo o deputado Serafim Corrêa (PSB), o superfaturamento em compras e prestações de serviços do Governo do Estado, a cada dia é mais evidente, como aponta a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
“O problema do Amazonas não é arrecadação. Não é receita. Receita tem até demais. Quando você compara outros estados com qualquer que seja o indicador, seja ele em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] ou número de habitantes, você vai ver que a nossa arrecadação vai muito bem e obrigado. Creio que o pior, em termos econômicos já passou”, disse Serafim na manhã desta terça-feira (7).
De janeiro a junho de 2019, o Amazonas arrecadou R$ 8,78 bilhões. Já no primeiro semestre de 2020 foram R$ 9,60 bilhões. Portanto, o crescimento foi de 9,32%. “Se imaginarmos que isso vai dobrar, até o final do ano, e deve ser mais do que dobrar, nós teremos um incremento de arrecadação de mais de R$ 1,63 bilhão”, explicou o deputado.
Apesar da crise, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal, o mês de junho teve maior volume de vendas do ano. “Creio que em relação à receita, as coisas melhoraram e melhoraram significativamente, mas o nosso problema está na despesa”, apontou Serafim.
O parlamentar ainda disse que a CPI da Saúde da Aleam formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB), Dr. Gomes (PSC) e Serafim não objetiva prejudicar o governo, mas buscar transparência nas contas públicas.
“Estamos vendo ralos por todos os lados. Todos os dias vemos coisas absurdas e quando identificamos isso, não estamos querendo derrubar o governo. Estamos querendo ajudar o governo. Ainda não consigo crer que isso era de conhecimento do governador, do vice e dos secretários. Creio que eles estão sendo vendidos nesta operação pelo sétimo escalão”, afirmou Serafim.
O líder do PSB na Casa Legislativa também mencionou depoimentos de pessoas beneficiadas pelo superfaturamento, que declararam trabalhar para o governo voluntariamente, como foi o caso da senhora Carla Pollake, na reunião dessa segunda-feira (6).
“Quando aparecem figuras que deixam a Madre Teresa de Calcutá e a Irmã Dulce muito atrás, me espanto, porque vejo que é uma loucura total. De um lado, vemos todos os dias superfaturamento e do outro aparecem figuras que não são funcionários públicos, mas que usam cartão como se fossem, e por autorização do governador, que não desmentiu. Isso é muito grave”, disse.
Serafim ainda disse que há evidências da não prestação de serviços e apresentação da conta para ser paga pelo processo indenizatório. “Isso é absurdo. A má gestão tem sido uma marca do Governo. Ele só está bem em uma área que é a da arrecadação. Nota dez para a Sefaz Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), mas na área da despesa, a situação está delicada”, finalizou.
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