A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) instalou nesta quinta-feira (14), Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos do Governo do Estado com a saúde. A abertura da CPI aconteceu após a adesão do deputado Felipe Souza (Patriota) à proposta apresentada pelo deputado Delegado Péricles (PSL). Ao todo, foram oito assinaturas.
“Eu vou assinar, concordando com o objeto de investigação da administração de 2011 até 2020, porque sabemos que a saúde está em frangalhos por culpa de várias gestões passadas e precisamos mostrar esse resultado para a população”, afirmou Felipe Souza.
O presidente da Casa, deputado Josué Neto (PRTB) foi quem fez a abertura oficial da CPI, que passou a ter a seguinte composição: Delegado Péricles, como presidente; Fausto Júnior (PRTB), como relator; Saullo Vianna (PTB), Felipe Souza e Wilker Barreto (Podemos) como membros e Serafim Corrêa (PSB), Joana Darc (PL) e Carlinhos Bessa (PV) como suplentes.
Covid-19 no interior
A velocidade do aumento de casos da Covid-19 no interior tem preocupado os deputados, principalmente por conta da deficiência do sistema público de saúde nos municípios. Este foi o tema mais abordado na Sessão Plenária desta quinta-feira, durante a Sessão virtual.
A deputada Dra. Mayara (PP) foi a primeira parlamentar a se manifestar sobre o assunto, ainda no Pequeno Expediente, quando salientou que estudos mostram que o Amazonas ainda nem começou a curva descendente de casos de Covid-19. “O interior já possui 44% dos casos do Amazonas e há uma previsão de um aumento de até três vezes mais casos. Por isso proponho que façamos uma sugestão ao Governo do Amazonas que monte hospitais-dia (assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial) e contrate médicos temporários, porque do jeito que está, o interior está entregue à própria sorte”, afirmou a deputada.
Faltam explicações
Neste mesmo sentido, Fausto Júnior falou da necessidade de aplicar a verba de R$ 83 milhões disponibilizada pelo Governo Federal para a compra de medicamentos. “Estudos apontam que quanto mais cedo começar o tratamento, maior a chance de cura. Por isso temos de ajudar os municípios na compra dos medicamentos, porque o interior do Estado historicamente não possui estrutura hospitalar, muitos não possuem um leito de Unidade e Tratamento Intensivo (UTI) sequer”, avaliou.
Da mesma forma, Carlinhos Bessa e Sinésio Campos (PT) corroboraram o discurso, na defesa da distribuição de medicamentos no atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (Ubs) e no tratamento adequado de saúde dos indígenas no interior, respectivamente.
Faltam explicações
Serafim Corrêa (PSB) lamentou, no Grande Expediente, a pouca transparência de gestão do Governo do Estado em relação ao pagamento das empresas médicas e profissionais de enfermagem. Adjuto Afonso (PP) apresentou requerimento à Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos pelo Amazonas (Arsam) para manter as atividades dos canoeiros, essenciais ao deslocamentos entre comunidades ribeirinhas.
Therezinha Ruiz (PSDB) apelou aos colegas que divulguem a situação crítica de estoque de bolsas de sangue por que passam o Hemoam neste momento e o deputado João Luiz (PRB) comentou a mobilização de igrejas na doação de 1480 bolsas de sangue entre os meses de março e abril.
Dermilson Chagas (Podemos) comentou a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) de multar a secretária de Saúde, Simone Papaiz, e lembrou que, mesmo após 30 dias de inauguração, o Hospital da Nilton Lins não ampliou sua capacidade de leitos para atender pacientes de Covid-19.
Base
Dr. Gomes (PSC) comentou a decisão da justiça em relação ao processo de impeachment que se iniciou na Assembleia, suspendendo o processo, em resposta à uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ingressada pelo deputado.
Saullo Vianna salientou a importância da Assembleia retomar as votações de matérias legislativas na próxima semana, sugerindo aos colegas parlamentares uma força tarefa para votar todos os projetos parados. Alessandra Campêlo (MDB) voltou a defender a volta do trabalho presencial na Assembleia, a partir do sistema híbrido (presencial e virtual), além da transmissão das Sessões Plenárias virtuais pelo canal da TV Aleam.
A deputada Joana Darc repudiou os ataques aos deputados através do que ela classificou de ‘milícias digitais” e também às mulheres. “Repudio qualquer ofensa à qualquer mulher que, quando destemida, aguerrida, é tachada de louca e barraqueira. Vou usar de todos os meios possíveis e acionar a Comissão de Ética da Casa que atue contra esse episódio e peço um posicionamento da Mesa Diretora e da Assembleia sobre esta atitude contra mim”, afirmou.
Diretoria de Comunicação da Aleam
Texto: Fernanda Barroso
Foto: Danilo Mello