Servidores da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) realizam o levantamento fitossanitário em propriedades que cultivam citros, nos municípios de Manaus, Iranduba, Rio Preto da Eva, Manacapuru e Presidente Figueiredo. O trabalho tem a finalidade de manter o status de área sem ocorrência de Cancro cítrico, uma praga com potencial de grande reflexo econômico para o agronegócio.
De acordo com a coordenadora do Programa de Prevenção, Controle e Erradicação de Pragas, Juliana Mendes, os municípios eleitos para estes levantamentos obedecem aos critérios de riscos, como maior intensidade de trânsito, propriedades com representatividade na produção local, viveiros, plantios não comerciais e abandonados e proximidade com o centro consumidor do estado, que é o município de Manaus. “No caso da ocorrência do Cancro cítrico, seriam criados mecanismos para erradicar ou controlar a praga, aumentariam os gastos com os controles e restringiria a exportação dos nossos produtos a outras unidades da federação e até mesmo outros países, ocasionando, assim, um reflexo social e econômico muito grande para o agronegócio nacional”, observa.
Além do trabalho que visa à detecção das pragas presentes no país e ausentes no Amazonas, o levantamento também mapeia a extensão de áreas afetadas por pragas presentes no estado, como é o caso da Pinta-preta (Guignardia citricarpa), auxiliando na adoção de medidas de erradicação e prevenção de novos focos.
Os levantamentos voltados para a detecção, delimitação e verificação de pragas são realizados semestralmente e enviados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No primeiro semestre deste ano, os fiscais engenheiros agrônomos, técnicos e auxiliares da Adaf inspecionaram 55 propriedades, mesmo com a interrupção parcial das atividades, entre março e julho, devido à pandemia de Covid-19.
Durante as inspeções, os servidores realizam, ainda, o cadastro de imóvel de produção comercial e não comercial de citros e o georreferenciamento e cadastramento de novas propriedades visitadas. As visitas aos pomares são feitas com o uso de lupas de bolso de aumento 30X e outras metodologias pertinentes e tudo é registrado com fotos e anotações. “Caso a equipe detecte uma praga, é realizado procedimento de coleta de amostra e posterior encaminhamento para análise em laboratório credenciado pelo Mapa”, explica Juliana, acrescentando que, além do Cancro cítrico, a HLB (Greening) é outra praga de grande ameaça à produção de citros. Ambas estão presentes no país e ausentes no Amazonas.
Dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) mostram que a citricultura envolve cerca de quatro mil produtores familiares no Amazonas e produz, anualmente, uma média de 430 milhões de frutos, sendo quase 90% de laranja, que tem parte da produção exportada para Roraima.