Apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus, o Amazonas avançou, este ano, no Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), elaborado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A evolução do estado foi destacada, nesta quinta-feira (16/07), pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf) durante reunião virtual de acompanhamento e gestão. O evento teve a participação do chefe da Divisão de Febre Aftosa do ministério, Diego Viali.
Os principais avanços do Amazonas, dentro do PNEFA, pontuados na reunião foram a aquisição de veículos fluviais e terrestres, a nomeação e posse dos aprovados em concurso público, a criação dos setores de trânsito e epidemiologia, a licitação de empresa de envio de amostras biológicas e a realização de fórum estadual. Realizado com representantes dos estados do Amapá, Pará e Roraima – que, juntamente com o Amazonas, compõem o Bloco II na transição de área livre da aftosa com vacinação para sem vacinação -, o encontro virtual reforçou a previsão de que, nesses locais, a vacina seja suspensa em 2022.
A fiscal agropecuária da Adaf e médica veterinária Joelma Silva explica que essas reuniões acontecem de forma periódica, a cada três meses, para que os estados apresentem as ações tomadas referentes ao PNEFA, assim como as principais dificuldades enfrentadas no processo. “Cada Bloco tem uma comissão interna que acompanha a evolução de cada estado e, anualmente, é realizada uma reunião presencial, que este ano foi cancelada em função da pandemia de Covid-19”, observa.
Bloco II- Inicialmente, a suspensão da vacinação contra a febre aftosa estava prevista para ocorrer no Bloco II, a partir do ano que vem. São 49 municípios que compõem esse bloco. Com o adiamento para 2022, um dos pontos esclarecidos na reunião, segundo Joelma, foi a garantia do fornecimento da vacina para 2021.
Bloco I- Nesta sexta-feira (17/07), os representantes do grupo gestor do Bloco I, composto pela Adaf, a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Fundo de Defesa Agropecuária do Amazonas (Fundepec), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal e Sustentável do Amazonas (Idam) e a Superintendência Federal da Agricultura no Amazonas (SFA-AM) estiveram reunidos por videoconferência. A finalidade foi realizar um balanço das metas alcançadas para a suspensão da vacina contra febre aftosa em 13 municípios das regiões sul e sudeste do Amazonas.
A perspectiva da Adaf é que, ainda este ano, o Amazonas obtenha o reconhecimento nacional como área livre de febre aftosa sem vacinação pelo Mapa. No âmbito internacional, espera-se alcançar este reconhecimento junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2021, a partir dos municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna e Itamarati, além de parte de Tapauá, onde a vacina contra febre aftosa está suspensa desde o mês de maio.
Sobre o Pnefa- Com a proposta de ser executado até 2026, o Pnefa visa à proteção do patrimônio pecuário nacional. A ampliação das zonas livres da doença sem vacinação deve aumentar as exportações (muitos países proíbem a importação de carne de locais onde há vacinação) e também o preço pago aos produtores.