Por Juscelino SimõesEquipe Ascom UFAM
O Instituto de educação da Universidade do Minho de Portugal e o Programa de Pós-Graduação em educação (PPGE) da Faculdade de educação (Faced) da UFAM realizaram nesta segunda-feira, 29, sessão por videoconferência de defesa de tese da doutoranda Cristiane Morgado Montenegro, com o título “Aptidão física, atividade física e as alterações posturais em criança”, na especialidade educação física, lazer e recreação. Em razão de um acordo de cotutela firmado entre as duas universidades a doutoranda recebe duplo diploma (a cotutela de tese, ou doutoramento em regime de cotutela, é uma modalidade de realização de doutoramento, que tem como característica principal a inscrição plena do doutorando em duas ou, excepcionalmente, mais universidades de países distintos, e a obtenção do título de doutor em ambas as instituições).
A composição da banca teve como presidente a professora Maria Graça Ferreira Simões de Carvalho (representante do reitor da Universidade do Minho), e os membros: Maria Beatriz Ferreira leite Oliveira Pereira (professora Catedrática do Departamento de Teoria da educação e educação Artística e Física do Instituto de educação da Universidade do Minho (orientadora); Daniel Almeida Marinho (professor associado com Agregação da Faculdade de ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior de Portugal); António Camilo Teles Nascimento Cunha (professor auxiliar com Agregação do Departamento de Teoria da educação e educação Artística e Física do Instituto de educação da Universidade do Minho); Pedro Miguel Gomes Forte (professor adjunto do Instituto Superior de ciências Educativas do Douro, Penafiel); e Lúcio Fernandes Ferreira (professor adjunto da Faculdade de educação física e Fisioterapia e Programa de Pós-Graduação em educação da Universidade Federal do Amazonas).
A doutoranda amazonense, Cristiane Morgado Montenegro, cursou o Doutoramento em ciências da educação – Doutoramento em Estudos da Criança (Programa de Pós-Graduação do Instituto de educação da Universidade do Minho de Portugal). A estudante solicitou da Instituição portuguesa para ser inserida no acordo de cotutela com a UFAM para ter direito a obtenção do título de doutor em ambas as instituições (recebe o diploma da universidade portuguesa como também da UFAM). A estudante teve a coorientação do professor do PPGE, doutor João Octacilio Libardoni dos Santos.
Resumo da tese
A grande incidência das alterações posturais entre crianças e adolescentes PODE gerar graves e irreversíveis prejuízos à coluna vertebral de crianças e adolescentes. O objetivo da pesquisa foi Identificar a prevalência dos desvios posturais nas crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 18 anos e analisar a associação entre os desvios posturais relacionados com os níveis de aptidão física, a atividade física e a puberdade em crianças e adolescentes. A amostra foi composta de 380 crianças, sendo 54% do sexo feminino e 46% do sexo masculino, entre 10 e 18 anos de idade. Os Instrumentos utilizados foram a bateria de testes do Fitnessgram; Questionário Internacional de atividade física (IPAQ/versão curta), ficha de autoavaliação de Tanner e as alterações posturais (escoliose, hipercifose torácica e hiperlordose lombar) foram analisadas por meio do programa de software Digital Image-Based Postural Assessment (DIPA/3.1). Para a análise estatística o Qui- Quadrado, Exato de Fisher, o Teste de Mann-Whitney e a regressão logística binária (Ods Ratio). Os dados foram tratados através do programa SPSS 24.0 statistics e foi fixado um nível de significância de 0,05 e coeficiente de confiança de 95%.
A escoliose apresentou maior percentagem entre os alunos analisados (43%). A idade e o sexo influenciaram no desenvolvimento da hiperlordose lombar entre as meninas e a hipercifose torácica entre os meninos. Houve associação significativa entre a hiperlordose lombar e a aptidão aeróbia, possuindo possibilidade três vezes maior de se desenvolver em meninos com boa capacidade cardiorrespiratória. Foi observada a possibilidade de as estudantes do sexo feminino saudáveis de apresentarem escoliose diminui em aproximadamente 43%. Houve associação entre meninos portadores de hipercifose torácica e a circunferência da cintura. A chance de um menino apresentar a hiperlordose lombar na fase P2 é cerca de 4 vezes maior do que nas demais fases.
Esta pesquisa apresentou resultados significativos relacionados a fatores de risco. Entre eles destaca-se: a idade, o gênero, a força dorsal, a circunferência da cintura e a puberdade. Observamos que devemos incrementar a aptidão física muscular, principalmente a força dorsal, nas fases iniciais da puberdade durante aulas de educação física escolar.