A galeria da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi tomada, nesta terça-feira (17), pelos profissionais terceirizados da saúde, que protestavam pelos quatro meses de salários atrasados. Diante do caos, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) denunciou que a Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), através da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), recebeu R$ 56.202.277,00 em apenas oito meses, segundo dados do Portal da Transparência do Governo.
Em seu pronunciamento na tribuna da Casa, o parlamentar questionou para onde foram destinados os valores e afirmou que fará um requerimento, nesta quarta-feira (18), à Mesa diretora da Assembleia, solicitando que a pasta forneça informações sobre o uso do montante. Isso porque, segundo o Líder da Minoria, os mais de R$ 56 milhões repassados à AADC não ilustram a realidade dos eventos culturais na capital e no interior.
“Ninguém aqui consegue me dizer por que essa Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural já gastou, em oito meses, R$ 56 milhões com cultura. Eu sou um defensor da cultura, mas é comum também nesta Casa recebermos amigos do interior e da capital reclamando que não tem apoio para os eventos culturais. Assim, eu me pergunto, se o portal da transparência acusa que a cultura está sendo incentivada, mas os eventos do município não estão recebendo apoio do Governo, para onde estão indo esses R$ 56 milhões que já pagaram?”, questionou Wilker.
Ainda segundo o deputado, é difícil entender a atual situação dos terceirizados da saúde, quando a cultura recebe montantes significativos todos os meses. O parlamentar questionou a prioridade do Governo, mas ressaltou principalmente a necessidade de gestão, diante de uma realidade precária nos hospitais. O líder da minoria relembrou que, no último domingo (15), o Hospital João Lúcio, na Zona Leste, estava superlotado, com pacientes espalhados por todos os lados.
“Quando eu vejo aquelas imagens do João Lúcio num estado de guerra e vejo R$ 56 milhões gastos com cultura, eu fico pensando se esse governador e o vice tem algum espírito cristão, pois eu não acredito que um gestor não se compadeça das imagens que a sociedade está ficando estarrecida. Isso está fazendo falta para salvar vidas”, relata o deputado.
Presente na manifestação, a técnica de enfermagem Alessandra Maria, que há quatro meses não recebe, relatou que a falta de pagamento custou a separação da família. “Isso já impactou muito na minha vida. Não tinha mais condições de cuidar do meu filho de nove meses, e meu marido teve que ir para o interior com ele, assim a família pode dar assistência lá. A dona da casa onde eu moro, não acredita mais que eu vou pagar o aluguel e terei que sair. Não sei para onde vou”, contou.
Denúncia
Outra denúncia levantada pelo deputado na tribuna da Assembleia foi a Ata de Registro de Preços para a realização da 41ª Feira de Exposições Agropecuárias – Expoagro. O edital de licitação de nº 005/2019 prevê a aquisição de equipamentos de sonorização, tendas, mesas e cadeiras plásticas, dentre outros itens, com previsão de gastos de aproximadamente R$ 50 milhões. A sessão pública do pregão presencial será na próxima quinta-feira (18), na Comissão Interna de Licitação da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS).
“Nesta quinta-feira agora, vão fazer uma ata sobre o argumento para Expoagro na bagatela de R$ 50 milhões. São 9.500 diárias de tendas e um milhão de mesas plásticas. O problema hoje do Amazonas não é a falta de recursos, é gestão. Temos que ser propositivos nesta Casa”, criticou Wilker.
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Foto: Wilkinson Cardoso