O vereador do município de Queimados, na Baixada Fluminense, Davi Brasil Caetano (Avante) é considerado pelo Ministério Público estadual como líder da milícia que age na região, principalmente em três condomínios do Minha Casa Minha Vida, que são o Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado. O parlamentar, preso hoje (18) também é policial militar reformado e foi investigado em 2017 pelo Ministério Público. Atualmente exercia o papel de liderança do grupo. Ele fazia a coordenação de todos os outros integrantes, inclusive foi responsável por expandir essa milícia que começou no condomínio Ulysses Guimarães.
A promotora de Justiça, Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse que Davi é apontado como líder da milícia conhecida como “Caçadores de Ganso”, ele é acusado de vários homicídios e responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, além da venda de botijões de gás e de água mineral. A promotora disse também que o grupo inovou: qualquer morador que fosse fazer um churrasco era obrigado a comprar a carne, linguiça, asa de frango e carvão, com a milícia, o chamado “kit churrasco”.
A Operação Hunter foi desencadeada com a finalidade de cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra pessoas ligadas à milícia e ao tráfico de drogas na região, com atuação em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. A ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário. Foram denunciadas 34 pessoas, sendo que 26 foram presas, entre elas o ex-secretário de Defesa Civil de Queimados e atual vereador, Davi Brasil Caetano.
Sobre a prisão do vereador Davi Brasil, a Executiva Estadual do Avante no Rio de Janeiro disse, em nota, “que foi surpreendida com os fatos, aguarda a evolução das investigações, e remeterá a análise do caso à Comissão de Ética do partido”.