O Vaticano reconheceu hoje (21) a decisão de um tribunal que manteve a condenação do cardeal George Pell a seis anos de prisão por pedofilia e reiterou o respeito ao sistema judicial australiano.
Em comunicado, “a Santa Sé lembra que o cardeal sempre reiterou sua inocência durante todo o processo judicial e que tem direito a recorrer ao Supremo Tribunal”.
Pell era o ministro das Finanças do Vaticano, mas deixou de ser membro do Conselho de Cardeais do papa Francisco.
Na nota, o Vaticano também reafirma o “compromisso de atuar contra, por meio das competentes autoridades eclesiásticas, os membros do clero que cometerem tais abusos”.
O procurador do Ministério Público considerou, no dia 6 junho, segundo dia de análise do recurso da defesa naquele tribunal, apresentado pelo antigo “número três” do Vaticano, que a condenação de Pell por pedofilia “é incontestável”.
Os advogados do arcebispo emérito de Melbourne e Sydney, de 77 anos, criticaram a decisão do tribunal de primeira instância. Uma das bases do recurso foi a alegação de que a decisão foi irracional, por se basear unicamente no testemunho de uma das vítimas.
George Pell, nomeado pelo papa Francisco para supervisionar as finanças do Vaticano, foi condenado em dezembro de 2018 por cinco acusações de abuso sexual de duas crianças do coro da Catedral de St. Patrick, em Melbourne, em 1996 e 1997. Em março, foi condenado a seis anos de prisão.
Uma das vítimas de Pell morreu de overdose de heroína em 2014, aos 31 anos, aparentemente sem fazer qualquer acusação de abuso. A lei estadual impede que as vítimas de agressão sexual sejam identificadas publicamente.
Afastado do Conselho de Cardeais, George Pell é o mais alto representante da Igreja Católica condenado por pedofilia.
*Emissora pública de televisão de Portugal
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