10:02 – 03/10/2019
FOTO: Carlos Soares/SSP-AM
Tariano, Desano, Baniwa, Yanomani, Nheengatu, Curripaco e Tenharim. Esses são os dialetos indígenas que o tenente da Polícia Militar, o índio Ivanir Máximo, de 51 anos, domina. Recém-promovido, o indígena do Alto Rio Negro é da tribo dos Barés, em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros da capital amazonense), no extremo noroeste do país.
Em 2016, Ivanir atuou como segurança nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, experiência que trouxe orgulho para a comunidade indígena e militar. O oficial está lotado há oito anos no Batalhão Ambiental, que é a unidade da Polícia Militar responsável pela prevenção de crimes ambientais na capital e no interior do Amazonas.
“Sou da primeira turma dos filhos indígenas formados como técnicos em enfermagem. Hoje alguns estão trabalhando nas comunidades indígenas, trazendo conhecimento para tratamento de pessoas que ficam nas grandes comunidades. E isso é um orgulho para mim, hoje um dos primeiros filhos indígenas a chegar ao posto de oficial da Polícia Militar”, disse o tenente.
Segundo os colegas de farda, os diversos dialetos que o policial domina têm contribuído muito nas operações, principalmente, nas comunidades indígenas onde o oficial tem facilidade de comunicação. O domínio dos dialetos indígenas facilita a comunicação entre a comunidade indígena e as equipes de operações, destaca o subcomandante do Batalhão Ambiental, major Santos Correia.
“Quando o Batalhão Ambiental se desloca para atuar nessas áreas, é importante a participação do tenente, como ele fala todos esses dialetos indígenas, ele consegue abrir portas, ganhar a confiança das comunidades indígenas, que acabam nutrindo uma admiração pelo próprio policial Militar, porque eles admiram pelo fato dele ter conseguido chegar aonde ele chegou, a ser um tenente da Polícia Militar”.
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