O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reuniu nesta terça-feira (26), Dia Nacional do Surdo, dezenas de colaboradores com essa deficiência para homenageá-los. Uma menção especial foi dirigida ao Senado, que estabeleceu parceria com esses trabalhadores a fim de validar filmes curtos e didáticos feitos com o uso de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) sobre o processo legislativo. Esses pequenos tutoriais foram desenvolvidos pela página do portal e-Cidadania, com apoio da TV Senado.
O STJ iniciou há 10 anos um projeto de contratação de 500 deficientes auditivos para promover o escaneamento do acervo. A iniciativa permitiu a digitalização de 374 milhões de páginas de mais de 1 milhão de processos, ao mesmo tempo em que ofereceu emprego para centenas de pessoas. Atualmente, a equipe de colaboradores surdos é composta por 150 pessoas, que trabalham em regime de seis horas de trabalho, em dois turnos.
— O tribunal prova, na prática, que é possível promover a inclusão social com ganhos para todos, a organização e os surdos. As pessoas só querem oportunidade para trabalhar — afirmou a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que é médica e tem projetos voltados para pessoas com deficiência.
Conforme a presidente da Comissão Multidisciplinar de Acessibilidade e Inclusão do tribunal, ministra Nancy Andrighi, a administração pública precisa se empenhar mais a fim de dar às pessoas com deficiência condições para que tenham uma vida plena e autônoma.
— Ouvir os pais contando como o trabalho no STJ transformou a vida do filho, antes limitada e sem expectativas e agora com alegria e esperança, é algo inestimável e recompensador — afirmou.
A ministra mencionou a parceria com o Senado, que abriu mais portas para os surdos terceirizados que atuam no STJ. Esses trabalhadores foram convidados, em 2017, a analisarem os filmes tutoriais que estavam sendo desenvolvidos no âmbito do e-Cidadania. O objetivo desses filmes era incentivar surdos a encaminharem ideias legislativas.
— Como eu havia trabalhado com os surdos no STJ anteriormente, resolvi convidar o pessoal para ajudar na validação dos tutoriais. O retorno foi muito positivo, em uma parceria benéfica para todos os participantes — relatou Alisson de Queiroz, coordenador de Apoio ao Programa e-Cidadania.
Boas práticas de inclusão e acessibilidade fazem parte das diretrizes de gestão do Senado, como acentuou Karin Kassmayer, coordenadora do Núcleo de Ações Socioambientais (NCas).
— Estamos em um processo de aprimoramento de recepcionistas, para que o atendimento ao visitante também seja realizado em Libras — declarou Karin Kassmayer, ressaltando que o Senado já conta com disponibilidade de intérpretes da linguagem de sinais em todos os eventos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)