A convite dos profissionais da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, do Hospital de Base de Bauru (HBB), atletas da equipe do Sesi Vôlei de Bauru participam de vídeo institucional que lembra os cidadãos sobre a importância de ser doador de órgãos.
As jogadoras Valquíria Dullius, Naiane Rios, Mayhara da Silva e Andressa Picussa estão na ação que faz parte da campanha Setembro Verde, assinada pela Famesp, gestora do Hospital de Base, unidade estadual de saúde, e pelo Sesi Vôlei bauruense. Para assistir ao vídeo, clique aqui.
“Esporte é vida e, no Hospital, a gente trabalha o tempo todo pela vida. Ao tentar captar um órgão, por exemplo, estamos pensando em salvar, ao menos, uma vida a mais. É por isso que achamos sensacional a adesão desse time na campanha de doação de órgãos”, disse a médica nefrologista Paula Dalsoglio Garcia, Coordenadora da Comissão do Hospital de Base, à Comunicação da Famesp.
“O Sesi Vôlei Bauru apoia esta causa e por isso, aceitamos o convite de fazer parte dessa campanha. Precisamos conscientizar a população da importância de conversar sobre esse assunto com sua família. Estamos juntos pela vida”, afirmou o Presidente do Sesi Vôlei Bauru, Reinaldo Mandaliti.
Além da veiculação do audiovisual em redes sociais dos parceiros, no dia 27 de setembro (Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos), a equipe distribuirá folhetos educativos com informações gerais sobre doação de órgãos durante o jogo que será realizado no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru.
As Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante são responsáveis, entre outras ações, por organizar o hospital para detectar possíveis doadores de órgãos e tecidos; pela adequada entrevista familiar de solicitação e doação de órgãos e tecidos e por articular-se com a Central de Transplante do estado para organizar o processo de doação e captação de órgãos e tecidos.
Dados
O Hospital de Base de Bauru é uma unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo que atende pacientes de 38 municípios da região. Até junho desse ano, o Hospital captou 61 órgãos de doadores falecidos. No ano passado, foram 139 órgãos captados.
“Vejo que o maior problema ainda é a falta de diálogo entre os familiares. Sabemos que é muito difícil falar sobre a morte, mas ela é inevitável. Por isso, temos de deixar clara a nossa vontade para a família. Vamos falar sobre isso”, disse a médica Paula Garcia.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de transplante e estão em uma lista de espera unificada e informatizada, em uma mesma base de dados. Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio desse sistema, gerar a lista de receptores compatíveis com o doador em questão. De acordo com o Ministério da Saúde, se não existirem receptores compatíveis no Estado ou o mesmo não realizar a modalidade de transplante referente ao órgão doado, ele é ofertado à Central Nacional de Transplantes para distribuição nacional.
A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos de compatibilidade entre doador e receptor (tais como a compatibilidade sanguínea, antropométrica, gravidade do quadro e tempo de espera em lista do receptor). Em alguns casos é exigida, ainda, a compatibilidade genética.
Mitos e verdades
Está errado quem afirma ser necessário registrar a vontade de ser doador em cartório ou em algum documento específico. Basta que a pessoa avise a família de primeiro e segundo graus. São estes os familiares acionados pela equipe médica quando se constata morte encefálica ou parada cardíaca, por exemplo, para autorizar formalmente a doação de órgãos e tecidos.
Outra dúvida frequente apresentada por familiares é a incerteza sobre a morte encefálica. “Esse é outro mito, pois a morte encefálica é irreversível e confirmada com critérios rigorosos”, explicou Paula Garcia.
No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é regulamentado por uma Resolução do Conselho Federal de Medicina, que determina serem necessários dois exames clínicos realizados por médicos diferentes e um exame complementar (gráfico, metabólico ou de imagem).
Outra desinformação comum é sobre o procedimento. “Há pessoas que também acham que o corpo do doador ficará deformado após a retirada de órgãos”, conta a médica. Após a retirada, é feita a reconstituição do corpo e o doador pode ser velado normalmente.