O Senado homenageou, nesta segunda-feira (2), em sessão especial, a Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (ESCS), que completou 18 anos. De acordo com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a instituição já nasceu preparada para o século 21 e tem contribuído muito com a Secretaria de Saúde do DF.
Em seu discurso, o senador falou sobre um estudo da revista científica The Lancet, publicado há alguns anos, que concluiu que a formação de médicos, enfermeiros e demais trabalhadores da saúde em geral tem currículos fragmentados e defasados, e os profissionais saem da escola mal preparados. A solução proposta pela comissão internacional que fez a pesquisa foi a reforma educacional, chamada “terceira geração da educação em saúde”. Segundo essa reforma, as escolas devem absorver os conhecimentos científicos mais atuais, capacitando os estudantes para solucionar problemas específicos dos sistemas de saúde locais.
— Hoje, quando a nossa ESCS completa 18 anos, podemos dizer com muito orgulho que a população do Distrito Federal tem o privilégio de contar com uma instituição de ensino superior em saúde que já nasceu preparada para o século 21 — disse Izalci.
De acordo com o parlamentar, quando a escola foi criada, havia muitas dúvidas se daria certo uma faculdade de medicina fora de uma universidade, vinculada à Secretaria de Saúde do DF, e se os professores atuariam prioritariamente na assistência à população. Mas o senador afirmou que hoje todos reconhecem a qualidade dos profissionais formados pela ESCS.
— Sim, uma instituição de ensino superior pública de saúde fora das universidades. Sim, a única do país que é vinculada a uma secretaria estadual de saúde. Sim, os professores são médicos que também atuam na assistência à população. Sim, os estudantes têm atividades práticas nos postos e hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal e, principalmente, sim, a experiência está dando muito certo e os mais de mil médicos e quase 400 enfermeiros que já se formaram são profissionais do mais alto gabarito — afirmou o senador.
Laboratório
Izalci falou ainda que destinou uma emenda parlamentar de mais de R$ 7 milhões para a implantação do Laboratório de Simulação Realística em Saúde, conforme solicitado pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciência da Saúde (Fepecs). O objetivo do laboratório é o treinamento contínuo dos alunos de graduação dos cursos de medicina e enfermagem e das escolas técnicas do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ex-deputado federal e criador da ESCS, Jofran Frejat, contou as dificuldades que teve na época da criação da escola, idealizada a partir da percepção de que era preciso melhorar a formação de médicos e integrá-los à secretaria distrital de Saúde.
— Vocês pensaram que foi fácil? Não foi, não. Quando eu botei o vestibular na rua, eu já recebi uma ação contra a faculdade, para impedir que o Distrito Federal tivesse uma faculdade de medicina, porque ainda não tinha 100% de atenção à educação fundamental. (…) Vocês não acreditam! Foram perdendo na Justiça e recorrendo, perdendo e recorrendo. Sabem quando é que terminou essa ação? Em 2007! Já tinha menino formado. Vocês não imaginam a dificuldade que é fazer alguma coisa neste país! — relatou.
Medicina e enfermagem
Atualmente a escola oferece 80 vagas para o curso de graduação em medicina e 80 vagas para o curso de graduação em enfermagem. Desde 2005, em cumprimento à Lei Distrital 3.061, de 2004, são oferecidas 48 vagas para o sistema universal e 32 vagas para o sistema de cota em ambos os cursos. A escola conta com 767 estudantes matriculados, sendo 518 no curso de medicina e 249 no curso de enfermagem. Em 18 anos de existência, já formou 1.102 médicos e 373 enfermeiros.
Também falaram na sessão o diretor-geral do curso de medicina da ESCS, Ubirajara José Picanço de Miranda Júnior, e os coordenadores do curso de medicina, Marcia Cardoso Rodrigues, e de enfermagem, Rinaldo de Souza Neves.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)