O senador Irajá (PSD-TO) foi eleito, na manhã desta quinta-feira (12), presidente da Frente Parlamentar da Juventude (FPJovem). O vice-presidente eleito é o senador Flávio Bolsonaro (PLS-RJ). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, participou da instalação da Frente, que já tem 87 deputados e senadores inscritos até o início da reunião.
Irajá apresentou as ações que a FPJovem está desenvolvendo. A primeira delas é o programa Estágio Visita, nos mesmos moldes do que já ocorre na Câmara. Dois jovens indicados por senadores poderão passar uma semana conhecendo todas as comissões, o Plenário e o trabalho dos parlamentares.
— É um programa que vem dando muito certo [na Câmara] porque as pessoas que vêm conhecem o Congresso, saem daqui com outra impressão completamente diferente. E claro que isso tem ressonância nos seus estados e os municípios. E isso é importante porque as pessoas precisam compreender a relevância e o papel do Congresso Nacional.
De acordo com Irajá, o projeto Estágio Visita vai começar em novembro como um teste, com a participação de 20 alunos, mas a meta é trazer 162 estudantes ao Congresso a partir do ano que vem. Ele informou que as despesas com hospedagem, alimentação e o traslado em Brasília será responsabilidade do Senado Federal durante os cinco dias da visita.
O senador ressaltou que os jovens entre 14 e 29 anos são afetados pelo dobro do índice nacional de desemprego, atualmente com média de 12%. Por isso, apresentou proposta da nova lei do primeiro emprego que, segundo ele, teria regras que misturam as do programa Menor Aprendiz e as da CLT. A iniciativa ofereceria oportunidade para que o grupo de 16 a 24 anos entrasse no mercado de trabalho por meio de regras simples que beneficiam estudantes e empresários.
— É uma janela que vai ser criada entre o [progama Menor] aprendiz que já existe e a CLT. É para dar um empurrão naquele jovem para ele poder ter a possibilidade de começar a trabalhar e aí as empresas vão ter vários incentivos para poder dar essa oportunidade a quem não tem experiência profissional.
O senador Flávio Bolsonaro (PLS-RJ), eleito vice-presidente da FPJovem, destacou a importância de se promover essa iniciativa para mostrar ao jovem a funcionalidade do sistema político e estimular aqueles que possuem o sonho de entrar para a política. O senador lembrou também que o estímulo ao empreendedorismo deve começar desde o ensino médio.
Os senadores Styvenson Valentin (Podemos-RN) e Werverton (PDT-MA), entre outros parlamentares presentes na reunião, apoiaram a iniciativa de ter mais políticas públicas que gerem empregos aos jovens. Também participaram da reunião vários deputados e integrantes do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve).
Política
Davi Alcolumbre defendeu que não existe outro caminho para mudar a vida das pessoas que não seja através da política.
— Se a gente continuar pregando a divisão do Brasil, nós não vamos fazer o que os brasileiros estão esperando da gente. Aqueles que continuam ajudando a dividir a sociedade vão pagar um preço muito caro lá na frente, porque a sociedade espera emprego, a sociedade espera respostas, como um projeto de lei que possa inserir de verdade a juventude no mercado de trabalho, afirmou, ao elogiar o projeto do senador Irajá.
O presidente disse ainda que “é muito fácil apontar o dedo para as pessoas, mas quando você aponta um dedo para alguém você tem três da sua mão apontando para você”. E fez um convite para que todos construam um país melhor.
— Cada um cumpra seu papel. Cada um responde pelos seus atos. Cada um tome a frente para fazer as coisas acontecerem.
Primeiro voto
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, ressaltou que a cidadania, por meio do voto, é o principal elemento que o jovem tem nas mãos para eleger representantes que vão formular as políticas públicas para a juventude. Ela citou ainda o resultado das eleições passadas como prova de que a quantidade de políticos novos foi grande. Deu o exemplo da escolha de Davi Alcolumbre aos 41 anos de idade como o presidente mais jovem de uma Casa Legislativa Federal no início do ano.
— Eu acho que esse é o recado da juventude: ela não quer criminalizar a política. Ela quer participar da política e por isso ela mandou jovens políticos para a Câmara e para o Senado. Eu queria deixar essa sugestão: por que não trabalhar o primeiro voto? Então talvez a contribuição do Parlamento seja por um projeto de lei ou talvez por um trabalho interno do próprio Parlamento, preparando para as escolas, assim como [os programas] Estágio Visita e Jovem Senador, uma plataforma de conteúdos que nós possamos preparar o primeiro voto.
Fernando Oliveira sob supervisão de Sheyla Assunção
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)