A Secretaria Municipal de Educação (Semed-Manaus), realizou nesta terça-feira, 19/11, a Roda de conversa: ‘Resistindo à (in) visibilidade: Territórios e cultura dos negros na cidade de Manaus’. O evento ocorreu na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério, DDPM, zona Centro-Sul, e teve como objetivo proporcionar um momento de imersão para reflexão e conhecimento acerca da temática da consciência negra. Estiveram presentes mais de 50 assessores, formadores da divisão e professores que ministram aulas relacionadas a artes e ensino religioso.
As atividades começaram pela manhã, após o credenciamento, foi apresentado o documentário 14 de Janeiro – Terra, Samba e Santo, para introduzir a discussão sobre a temática quilombola. Foram colocados em pauta temas relacionados a representatividade e a história dos negros africanos e afrodescendentes na cidade de Manaus.
Além de oficinas e conversas sobre como os professores e todo o corpo escolar podem abordar assuntos relacionados a história dos negros na cidade e em todo o Brasil, tal abordagem é exigida pela lei 10.639, que diz que todas as unidades de ensino privadas ou públicas ensinem sobre a histórias de luta dos africanos e dos afrodescentes e a participação que os negros deram e dão para a construção da sociedade brasileira.
No amazonas, essas comunidades quilombolas possuem oito núcleos, cinco no município de Barreirinha, uma em Itacoatiara, outra em Novo Airão e uma em Manaus, que é o Quilombo de Barranco de São Benedito.
Palestraram no evento o professor Juarez. da Silva Júnior, Rafaela Fonseca, do Quilombo do Barranco de São Benedito, e o professor Vinicius Alves, formador DDPM e mestre em História pela Universidade do Estado do Amazonas, Uea.
Segundo a formadora da DDPM, Lídia Helena, uma das organizadoras do evento, refletir a questão da consciência negra é propor um Brasil melhor. “É pensar uma sociedade melhor, uma sociedade que talvez não erradique, mas que pelo menos diminua o preconceito, a representatividade negativa em relação a essa população. A gente sabe que a educação não resolve tudo, mas, parafraseando Paulo Freire, sem a educação é meio difícil de transformar uma sociedade, e a nossa possuí um racismo estrutural, então nada melhor do que a sala de aula para discutir e refletir essas temáticas e contribuir para formação de uma cidadania plena, afinal a educação é isso, um agente de transformação da sociedade”, comentou.
Além das discussões e trocas de conhecimento, o evento também contou com a apresentação cultural do Instituto Cultural Afro Mutalembê- ICAM e uma oficina de turbantes, que representam uma forma de empoderamento feminino da cultura africana, e também de afirmação da identidade.
A formadora da DDPM Juraci Pessoa, destacou que o evento foi importante também pela necessidade de toda a sociedade.
“Ele não é importante apenas pela data (Dia da Consciência Negra, 20/11), mas porque nós precisamos vivenciar isso no dia a dia das escolas, nós como formadores isso é muito importante, a questão de trabalhar o preconceito, isso sempre vai estar em alta. Então, é nosso papel trabalhar a nossa consciência, os nossos preconceitos, porque é um engodo dizer que não somos preconceituosos, todos somos, de alguma forma, com alguém, de vez em quando e a gente precisa ouvir isso várias vezes para internalizar e levar uma outra visão de educação para os alunos nas escolas”, comentou.
Texto: Jéssica Salomão
Fotos: Eliton Santos
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