BRS Ísis está em estudo, com apoio da Embrapa; cultivar tem características que atraem fruticultores e consumidores
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão estudando uma nova variedade de uva para os fruticultores, a BRS Ísis. Ela está implantada na Unidade de Avaliação Tecnológica (UAT) em Marinópolis e teve suas características de produção e sabor apresentadas em um evento de demonstração de resultados, em setembro.
A demonstração foi organizada pela Secretaria, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS – Regional Jales) e Estação Experimental de Viticultura Tropical Jales, da Embrapa.
Localizado no Sítio Três Barras, de propriedade da família Tinelli, a UAT mostrou a potencialidade e as características da fruta. “Esta é uma uva sem semente, muito crocante, de cor vermelha, sabor neutro agradável, para consumo in natura. A cultivar é muito vigorosa e fértil, apresenta alta resistência à degrana (os bagos são mais firmes no cacho e têm melhor aparência comercial) e depois de madura suporta até 15 dias no campo sem perder as características”, explicou a engenheira agrônoma da Coordenadoria de Jales, Helena Adélia da Silva Sales.
A unidade conta há dois anos com acompanhamento dos extensionistas das Casas da Agricultura Marinópolis e de Palmeira d’Oeste. Outra característica observada na BRS Ísis é que a fruta demonstrou bom equilíbrio entre açúcar e acidez, conferindo a ela um sabor neutro, agradavelmente doce e sem adstringência na casca.
Além disso, ela pode ser cultivada com sucesso em mais de um tipo de terreno, incluindo em áreas do Vale do Submédio São Francisco, nos Estados da Bahia e de Pernambuco.
“A cultivar não tem como objetivo substituir nenhuma variedade já cultivada, mas acrescentar uma alternativa de diversificação para a região”, afirma Nedson Aparecido Ignácio da Silva, engenheiro agrônomo da CDRS.
Os participantes da demonstração receberam informações sobre a implantação da cultura, adaptação na região, os tratos culturais, controle fitossanitário, manejo do cacho e a comercialização. Observações feitas a campo ao longo destes dois anos mostram que a cultivar apresenta características muito peculiares e está apta a conquistar o mercado.