Seap e Polícia Militar inauguram novo espaço de adestramento do Regimento de Policiamento Montado ‘Coronel Bentes’17:21 – 04/10/2019
FOTO: DIVULGAÇÃO
A construção foi realizada pelos reeducandos e supervisionada pela Embrasil Serviços, empresa cogestora do Centro de Detenção Provisória Masculino 2
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) realizaram, na manhã desta sexta-feira (04/10), a inauguração do novo espaço de adestramento do Regimento de Policiamento Montado “Coronel Bentes”, localizado na sede do Comando de Policiamento Especializado (CPE), no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus.
O novo espaço recebeu o nome de “Pista Centauro de Maneabilidade a Cavalo 2º Tenente Jefferson”, em homenagem aos relevantes serviços prestados pelo militar à segurança pública e ao bem-estar do cidadão amazonense. Para a construção do local, a Polícia Militar fez uso de 100% da mão de obra carcerária por meio do projeto “Trabalhando a Liberdade”.
A obra, concluída em 35 dias, contou com o trabalho de 10 reeducandos do Centro de Detenção Provisória Masculino 2 (CDPM 2), sob a supervisão da Embrasil Serviços, empresa cogestora da unidade. O espaço recebeu o serviço de limpeza de terreno e construção de 1.500 m² de área para treinamento de tropas e cavalos. Os reeducandos, entre pintores, pedreiros, eletricistas, mestres e auxiliares de obra, trabalharam no local de segunda à sexta-feira, das 8h às 14h30.
O subcomandante da Cavalaria, capitão João Paulo Queiroz, destacou a importância dos projetos de ressocialização que a nova gestão da Seap vem fazendo com os internos do sistema. “Idealizamos o projeto e, em seguida, buscamos a parceria com a Seap que foi fundamental para que nós pudéssemos chegar a esse resultado. É importante destacar o trabalho dos apenados que estão remindo a pena, mostrando seus valores para que a sociedade os reconheça”, disse o capitão.
Com as novas instalações, o subcomandante explica que os cavalos terão melhor adestramento, principalmente no item operacional de polícia e com programas sociais, a exemplo do “ecoterapia”, que atende 50 crianças e conta com uma longevidade de 600 ainda na fila, além da escola de equitação para atletas e militares.
Atualmente, a Cavalaria mantém um plantel de 21 animais. Outros 40 cavalos registrados da raça brasileira de hipismo estão sendo adquiridos. “Poucos regimentos de cavalaria no país têm uma pista dessa, uma junção de obstáculos de hipismo, choque montado e de maneabilidade comum, aprovado pelo Comando e com suporte da Seap”, completou o capitão Queiroz.
O diretor do CDPM 2, Lucas Maceda, revela que o trabalho de construção da pista foi extremamente complexo pelo tempo de execução, contudo, serve para engrandecer tanto o trabalho dos reeducandos quanto dos militares que desenvolvem suas atividades no local. “Agora, a Cavalaria passa a contar com um local específico para treinamento e atividades afins, decorrente do suporte e dedicação da mão de obra carcerária, que possibilitou uma redução de custos e objetivo alcançado de forma mais rápida e com eficácia”, completou Maceda.
O gerente de projetos da Embrasil Serviços, Ronald Francisco, detalhou os serviços feitos no novo espaço. “Os trabalhos começaram com o roçado e terraplenagem do terreno. Em seguida, os internos deram início aos serviços de alvenaria na construção dos obstáculos, baias, porteiras e potreira, pinturas prediais, acabamentos, elétrica e até paisagismo”.
Remição de pena – O projeto “Trabalhando a Liberdade” tem por objetivo trabalhar a ressocialização de Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) que cumprem pena no sistema prisional. A remição por meio do trabalho está prevista na Lei de Execução Penal (LEP), de nº 7.210/1984, garantindo um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho.
Oportunidade – Entre os profissionais capacitados por meio dos cursos profissionalizantes que a secretaria disponibiliza dentro das unidades prisionais estava o reeducando Silvano Oliveira, que encontrou no trabalho mais do que uma oportunidade para a redução de pena. “Para mim, eu vejo essas oportunidades de trabalho como um ‘oásis no deserto’. Enquanto preso é a chance da nossa vida, tanto para adiantar os dias quanto para espairecer a nossa mente. E as pessoas do projeto são muito humanas, eles nos veem como pessoas e isso nos deixa motivado, com mais gosto pela vida, cheio de esperança, para nós e para a nossa família”, contou emocionado.
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