15:28 – 27/11/2019
A reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabão serve de base para promover a percepção ambiental e a reflexão sobre as relações individuais e coletivas com o meio ambiente em um projeto de iniciação científica júnior desenvolvido por alunos da Escola Estadual Josephina de Melo, que funciona nas dependências do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, no Alvorada, zona centro-oeste. O projeto é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Ciência na Escola (PCE).
Intitulado “Educação ambiental e reciclagem de óleo de cozinha na produção de sabão: Uma experiência com adolescentes do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa”, o projeto é desenvolvido por alunos do 3º ano do Ensino Médio do Josephina de Melo. A professora e coordenadora da iniciativa, Danielle Portela, disse que encontrou no Centro Socioeducativo a oportunidade para colocar o projeto em prática, uma vez que o local atua no processo de ressocialização e trabalha muito a área pedagógica.
“No primeiro momento realizamos com os bolsistas as leituras de artigos científicos e depois discutimos em sala de aula, abordando a importância da reciclagem e a educação ambiental. Em seguida, iniciamos a coleta do óleo de cozinha que recebemos no centro socioeducativo. No local destinado para a produção do sabão coamos esse óleo e começamos os procedimentos de reciclagem para a produção”, detalhou.
Oficina – No mês de novembro, foram realizadas duas oficinas no Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa com objetivo de apresentar e divulgar os resultados parciais do projeto na escola e na comunidade. Desenvolvido desde o mês julho deste ano, o projeto conta com a participação de dois alunos adolescentes internos no Centro Socioeducativo.
Segundo o estudante e bolsista do PCE, João (nome fictício), o projeto permite adquirir novos conhecimentos. “Além de aprender de forma diferente, poderei contribuir com o meio ambiente e passar esta experiência para outras pessoas”.
O estudante e bolsista, Pedro (nome fictício), destaca a importância de poder participar do seu primeiro projeto científico. “Essa experiência tem sido muito significativa, porque agora sei como trabalhar em projeto de pesquisa e pela forma como isso pode melhorar meu aprendizado futuramente”, disse.
Educação Ambiental – Conforme a professora, parte dos estudantes não tem o conhecimento dos malefícios causados pelo óleo ao meio ambiente e muito menos que o material pudesse ser reciclado e transformado em sabão, por exemplo. Com essa perspectiva, acredita-se alcançar resultados relevantes e significativos no ambiente socioeducativo em que os adolescentes convivem e posteriormente no ambiente familiar.
“Esperamos sensibilizar esses adolescentes para as questões ambientais e que esse conhecimento adquirido durante a realização do projeto possa ocasionar mudanças de atitudes e respeito pelo meio ambiente. O projeto está em fase de conclusão, mas almejamos que o Centro Socioeducativo continue com esse incentivo a prática de reciclagem do óleo com os futuros internos”, relata.
Dagmar Feitosa – No Amazonas, o sistema socioeducativo é composto por cinco unidades, sendo três de internação, uma de internação provisória (quando o jovem vem da delegacia e fica aguardando a aplicação da medida pelo juiz) e outra de semiliberdade (depois que cumpre a medida de internação e o juiz determina uma medida de cumprimento de liberdade assistida, na qual fica por um período sob a responsabilidade do Estado, e frequenta escola regular fora da unidade e também os cursos profissionalizantes em parceria com o Cetam).
Programa – O PCE apoia a participação de professores do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, da 1ª a 3ª série do Ensino Médio e suas modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar Indígena, Atendimento Educacional Específico e Projeto Avançar, em projetos de pesquisa a serem desenvolvidos em escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus.
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