Os oito professores que ministrarão as aulas voltadas para as mais de 260 crianças e adolescentes venezuelanos e indígenas warao, em idade escolar de 4 a 17 anos – e que estão fora da sala de aula – dentro do projeto Sala de Transição, receberam nesta sexta-feira, 11/10, a primeira formação. O encontro, promovido pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ocorreu no escritório das Nações Unidas, no bairro São Francisco, zona Sul.
A ação atenderá ao menos 263 alunos e garantirá o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), onde o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior.
As aulas iniciam na próxima quarta-feira, 16, e acontecerão nas Casas de Acolhimento Provisório nos bairros Coroado, Alfredo Nascimento e Centro, e no Espaço da Operação Acolhida, no Terminal Rodoviário de Manaus. O encerramento das atividades acompanha o calendário escolar do município, que será no dia 18/12. Todos os alunos serão matriculados automaticamente em uma das unidades da rede municipal.
Atualmente a rede municipal de ensino atende mais de 1,9 mil venezuelanos em 354 unidades da rede. Para a subsecretária de Educação, Euzeni Araújo, o acolhimento é um marco na gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto, que já foi reconhecido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
“A Prefeitura de Manaus desenvolve um trabalho de acolhimento juntamente com todas as secretarias municipais aos refugiados venezuelanos e aos indígenas warao. E a Semed é responsável em oferecer educação a todos, independentemente de serem estrangeiros ou não. Com isso estamos preparando professores para atuar nas Salas de Transição e reconhecer o nível em que essas crianças e adolescentes estão, para que no próximo ano possam ser inclusos na rede”, explicou Euzeni.
O primeiro dia da formação contou com conversas para que os professores entendam o papel deles no processo de acolhimento da comunidade estrangeira. Para o oficial de Educação do Unicef, Matheus Rangel, a parceria com a Prefeitura de Manaus é de extrema importância na socialização dos estrangeiros que precisaram abandonar o país de origem.
“O Unicef fica muito feliz com a parceria firmada com a Prefeitura de Manaus, por meio da Semed. Essa transição para a rede de educação formal é uma forma de superar traumas e a criação de autonomia para essas crianças, que precisaram migrar para o Brasil devido à crise do país de origem. Com isso estamos oferecendo profissionais que facilitarão de forma qualificada essa mudança de vida”, comentou Matheus.
A professora Maria Adelaide Garrido receberá os alunos do abrigo que fica no bairro Alfredo Nascimento, zona Leste. Ela já visitou o local e garantiu que a experiência será inesquecível. “Essa é uma causa social que deve ser abraçada por todos. Não deve ser fácil abandonar o seu país e viver em um local diferente. Nós precisamos ter esse carinho e cuidado para que eles possam se sentir inseridos e acolhidos no Brasil”, observou Maria.
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Texto – Érica Marinho / Semed
Foto – Eliton Santos / Semed
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