Últimas notíciasO professor Valmir César Pozzetti, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas (FD/Ufam), realizou, neste mês, palestra com enfoque no tema “Meio Ambiente e Alimentação sadia”, visando à integração e à conscientização, como atividade do estágio pós-doutoral realizado na Università degli Studi di Salerno, na Itália. A palestra “Cibo Transgenic (OGM FOOD): la monopolia della Salute e dell’ Alimentazione nella Bayer e la fusione do Monsanto” foi proferida no último dia 11. Já dia 30, ele palestrará sobre”Educazione Ambientale come requisito per lo sviluppo Sostenibil”, no Liceo della città di Caserta, no sul da Itália.
Valmir Pozzeti, que também integra o quadro docente do Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas (PPGDA), atende à proposta de “Internacionalização de Programa Stricto Sensu”, que é um dos requisitos de avaliação do Programa, conforme exigência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A primeira palestra foi ministrada para turmas de graduação e de pós-graduação em Relações Internacionais, Direito e Ciência Política, e teve o intuito de conscientizar o País rico a não ceder, como o Brasil está cedendo, às chantagens do monopólio alimentar, que nos oferece alimentos com vícios e provocam doenças. Os tópicos abordados foram a recente fusão de duas grandes multinacionais: Monsanto (Americana), que produz alimentos transgênicos, e Bayer (Alemã), de medicamentos. Para ele, o Brasil não aceitou essa fusão no âmbito Internacional porque a Monsanto vem sendo condenada judicialmente nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, isso porque os alimentos geneticamente modificados por ela têm causado câncer, autismo e Alzheimer.
Segundo o professor, essa fusão, para muitos cientistas, é adjetivada como “demoníaca”, uma vez que uma produz o alimento que causa doença e outra o medicamento para eliminá-la. “Os EUA, que sedia a Monsanto, vem pressionando países pobres (que necessitam de empréstimos e de ajuda financeira) a legislar de forma a proibir o uso das sementes crioulas (tradicionais). Tramita no Congresso Nacional brasileiro projeto de lei que proibi o uso dessas sementes crioulas e libera o de sementes transgênicas, de modo que o agricultor pague royalties para obtê-la e depois entregar uma parte da safra para a Monsanto, como uma espécie de confisco”, disse o pesquisador na primeira palestra.
Dessa forma, países pobres, inclusive o Brasil, legislam para punir o agricultor que insistir no uso de sementes crioulas, perderão sua autonomia alimentar e passarão a consumir os alimentos transgênicos, cuja base de produção são os agrotóxicos, pois nos alimentos transgênicos são aplicados agrotóxicos. “É uma guerra silenciosa”, disse o professor, enfatizando seu objeto de pesquisa na premissa de que a Itália possui a alimentação mais saudável do planeta (a chamada dieta mediterrânea).
A convite da professora Virginia Zambrano, da Universidade de Salerno, que trabalha com alimentação sadia, o professor seguiu para o pós-doutorado. Seus trabalhos foram acessados a partir das plataformas de diversos periódicos internacionais, as quais denunciam essa problemática.
Educação ambiental & desenvolvimento sustentável
A segunda palestra, marcada para ocorrer neste sábado, 30, será direcionada a alunos do ensino médio, na faixa etária entre 16 a 18 anos. Nela, o professor abordará o tema “Educação Ambiental como requisito a Sustentabilidade” no intuito de conscientizar os jovens de países ricos sobre a importância da Amazônia para todo o globo terrestre.
“Dentre os tópicos selecionados estão a conceituação de sustentabilidade como entendimento global e o reflexo da floresta amazônica para a Itália, destacando o sequestro de carbono e o fenômeno dos rios voadores, a produção de chuvas e a recepção de areia trazida do deserto do Saara pelos mesmos ventos que transportam a água da floresta e fazem chover no restante do Brasil”, adianta o pós-doutorando.
O professor Valmir Pozzetti argumenta que a conscientização dos jovens italianos na luta por manter a floresta em pé se faz necessária contra a cobiça do nióbio pelas mineradoras. Segundo ele, o minério cobiçado está presente em áreas indígenas do Amazonas.