Geral
23 de Setembro de 2019 às 18h20
Primeiro Ideathon MPF resulta em 5 propostas de projetos transformadores da sociedade civil e do setor público
Soluções envolvem protagonismo social, gestão administrativa e atendimento à população
Participantes do Ideathon MPF. Foto: MPF/SP
O último sábado (21) no Ministério Público Federal em São Paulo foi dedicado à elaboração de projetos para a superação de desafios do setor público e da sociedade civil. A última etapa do primeiro Ideathon MPF, realizado pelo órgão em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), resultou em cinco propostas transformadoras, com o objetivo de gerar impactos de longo prazo na sociedade e na administração pública brasileira.
O evento contou com a participação de estudiosos, empreendedores, servidores públicos e cidadãos em geral. Também esteve presente o diretor do “Dempi Acelera” e do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp, Ciro Furtado Bueno. O procurador-chefe do MPF em São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, reforçou a vocação do órgão para ser um catalisador de pequenas e grandes mudanças sociais e na esfera pública.
“O Ministério Público Federal é representante da sociedade e é por este motivo que ela precisa participar ativamente e com proximidade da idealização dos nossos projetos. O Ideathon é o primeiro passo que damos para a integração de órgãos públicos, indústria e sociedade civil em torno de um mesmo objetivo: gerar resultados permanentes e de longo prazo, que vão beneficiar esta e as próximas gerações”, destacou.
Resultados – Para chegar às soluções, cinco grupos debateram durante todo o dia propostas sobre protagonismo social, gestão administrativa e atendimento ao público. Os participantes foram desafiados a associar ciência, tecnologia e inovação para desenvolver soluções para problemas enfrentados não só por instituições públicas como o MPF, mas também por cidadãos e empresas.
O primeiro eixo temático tratou do fomento de maior participação social em temas-chave e da reflexão sobre como promover diálogos entre população e poder público. O debate resultou na idealização da Maratona da Cidadania e na estruturação de um sistema de interface única para otimizar a interação da sociedade com órgãos públicos.
A Maratona da Cidadania visa ao fornecimento anual de conteúdos para escolas públicas e privadas, com temas como cidadania, empatia e demais questões socioemocionais, feito por meio de um portal na internet. A ideia é envolver todas as faixas etárias e mobilizar alunos desde a pré-escola até o doutorado, além de incluir a terceira idade nas discussões. A Maratona também prevê um prêmio nacional anual com apoio de grandes empresas e de associações públicas e privadas, para estimular ainda mais o debate sobre temas que envolvem cidadania.
Já o segundo projeto tem como objetivo a simplificação do acesso do cidadão ao poder público. Para isso, a proposta é que qualquer órgão sujeito à Lei de Acesso à Informação utilize a mesma interface de contato com a sociedade, viabilizado por um plugin que padroniza o caminho para reclamações ou sugestões de melhorias em todos os portais públicos. A solução pode estar presente no mundo físico também, por meio de um totem, para inclusão daqueles que não têm acesso à internet na resolução de problemas relacionados à esfera pública.
O debate sobre gestão administrativa esteve focado no estímulo de servidores públicos a participarem da gestão com contribuições de ideias que gerem satisfação, sentimento de pertencimento e motivação. Para melhorar a comunicação entre servidores e também com a alta administração, foi proposta a criação de um aplicativo – mais um canal de comunicação do MPF para melhorar a experiência do servidor e estimulá-lo a participar ativamente da gestão com contribuição de melhorias e ideias.
O atendimento ao público envolveu soluções para enfrentar a falta de interação das redes dos sistemas de informação dos pacientes do Sistema Único de Saúde. Para este problema, foi sugerida a padronização das informações do SUS entre unidades dos Estados, com o objetivo de desonerar a administração pública, economizando tempo e recursos. Além disso, recomendou-se a criação de um canal para que o cidadão seja corresponsável por essa otimização dos gastos, podendo comunicar que não irá mais a uma consulta, por exemplo.
Outro desafio abordado neste eixo temático foi a falta de um sistema de filtragem de demandas endereçadas inadequadamente ao Ministério Público Federal. A proposta desenvolvida defendeu a exemplificação do papel do MPF por meio de vídeos e mais conteúdos que tornem o contato do cidadão com a instituição mais objetivo e, consequentemente, o serviço mais efetivo. O projeto envolve ainda a criação de grupo multidisciplinar para o desenvolvimento de práticas que colaborem com um melhor atendimento ao público.
Metodologia – Os debates deste sábado foram pautados em técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos e de elaboração de soluções, como Design Sprint e Business Model Canvas. O primeiro envolve modelos e práticas utilizadas no mundo empresarial, como design thinking. Já o Canvas é uma roteirização para análise da viabilidade e estruturação da apresentação do projeto para o mercado. Em seguida, cada grupo apresentou o seu projeto e os impactos possíveis a partir da aplicação deste.
Para auxiliar os times a pensar a partir do primeiro modelo e colocá-los em contato com técnicas de metodologia ágil, foi entregue a todos os participantes o livro “Sprint: o método usado no Google para testas e aplicar novas ideias em apenas cinco dias”, de Jake Knapp. O material foi fornecido pela FSB Comunicação, que apoiou o MPF na cobertura do evento.
A dinâmica foi a segunda e última etapa do Ideathon. A primeira etapa aconteceu no dia 14 de setembro, quando foram formadas as equipes e escolhidos os desafios para a formulação de propostas no sábado seguinte. O Ideathon MPF sucedeu projeto semelhante realizado pelo órgão em parceria com a USP, com turma multidisciplinar de alunos que debateu temas relacionados a controle social com servidores do MPF.
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