O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, morreu nesta quinta-feira (25/07), aos 92 anos. Ele foi o primeiro presidente eleito democraticamente em 2014, três anos após a revolução que desencadeou a Primavera Árabe.
Essebsi tinha sido internado na noite de quarta-feira pela terceira vez em um mês, com uma “grave crise de saúde”, segundo informações oficiais.
A chefia de Estado passa a ser exercida interinamente pelo presidente do Parlamento, Mohamad Ennaceur, de 85 anos, que também se encontra em estado de saúde delicado. Enneceur tem três meses para convocar eleições presidenciais.
Membro da aristocracia política que governa a Tunísia desde a independência, Essebsi era o segundo chefe de Estado mais velho do mundo, depois da rainha Elizabeth 2ª.
Ele alcançou maior destaque político com a revolução no país que levou em 2011 à queda do ditador Zine el-Abidine Ben Ali.
Antes, a partir de meados dos anos 1960, fora ministro do Interior, depois da Defesa e do Exterior no governo do líder da independência do país, Habib Bourguiba, tendo ocupado a presidência do Parlamento no início da era Ben Ali, por pouco mais de um ano no começo dos anos 90, antes de permanecer na obscuridade durante a maior parte dos anos 90 e 2000.
Nomeado primeiro-ministro em 2011, logo após a queda de Ben Ali, Essebsi foi eleito presidente três anos depois, se tornando o primeiro chefe de Estado eleito diretamente após as revoltas da Primavera Árabe.
Eleições parlamentares estão agendadas para ocorrerem em outubro. Já o pleito presidencial está marcado para novembro. É a terceira série de eleições em que os tunisianos estarão aptos a votar livremente depois da revolução de 2011.
Edição: Narjara Carvalho