A sueca Pia Sundhage estreia quinta-feira (29) no comando da seleção brasileira de futebol feminino. Às 21h30 (de Brasília), a técnica dirige a equipe contra a Argentina, em São Paulo. O jogo é válido por um torneio internacional amistoso que ainda reúne Chile e Costa Rica — as duas seleções jogam às 19h, também de quinta-feira. As partidas serão no estádio do Pacaembu.
No treino desta quarta-feira (28), o último antes do jogo e realizado no próprio Pacaembu, Pia definiu a provável equipe titular com Bárbara; Letícia Santos, Kethleen, Erika e Tamires; Luana, Formiga e Andressa Alves; Debinha, Bia Zaneratto e Ludmila. Delas, só Erika não disputou a última Copa do Mundo — a zagueira foi convocada, mas cortada por lesão.
“Gosto de mesclar diferentes gerações de atletas. E essa mescla pode ser dinâmica. Se você é uma jogadora experiente e percebe que há jovens se destacando, sabe que precisa dar seu melhor. Por outro lado, as atletas mais jovens trazem muita energia ao grupo. Essa mistura é muito boa, porque você precisa das duas coisas”, disse Pia, em entrevista coletiva.
Entre essas jovens que ganharam chance na primeira convocação da sueca estão a meia Yayá, 17 anos, destaque do São Paulo na conquista da Série A2 do Campeonato Brasileiro, e a dupla de artilheiras do Corinthians: Milene, 23 anos, e Victoria Albuquerque, 20 anos, chamada de última hora após o corte da craque Marta, que sofreu uma lesão na coxa esquerda pelo Orlando Pride, time que defende nos Estados Unidos.
Para observá-las (e a outras jogadoras que atuam no país), Pia acompanhou jogos do Brasileiro Feminino nas últimas semanas. Ela vê diferenças entre o que é praticado aqui e em ligas de referência na modalidade, como a da própria Suécia e a dos EUA — onde trabalhou tanto em clubes como na seleção, conquistando dois ouros olímpicos (2008 e 2012, ambos contra o Brasil). As norte-americanas são as atuais campeãs mundiais.
“Se você olhar os 90 minutos, o futebol jogado nos Estados Unidos é mais intenso, por exemplo. Na Suécia, é um pouco mais organizado. Aqui, há uma intensidade em determinados momentos do jogo, e é um futebol muito técnico. Então, tenho que me acostumar ao jogo brasileiro e ir adicionando outros estilos. É diferente, mas tenho gostado do que vejo”, concluiu.
Edição: Verônica Dalcanal