10:27 – 23/10/2019
FOTO: Érico Xavier
Com objetivo de enfocar os principais problemas de saúde da população do estado, foram apresentados projetos científicos durante o Seminário Parcial de Avaliação do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS), que ocorreu na terça-feira (22/10), no Hotel Nobile Suite Manaus Airport, no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus.
Em sua quinta edição no âmbito do edital 001/2017, do Programa PPSUS, o Seminário Parcial de Avaliação foi organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Susam), Ministério da Saúde (MS) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O programa tem a finalidade de financiar projetos de pesquisa que promovam a melhoria da qualidade da atenção à saúde no Estado do Amazonas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), representando significativa contribuição para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) local.
No total, 10 projetos foram apresentados por pesquisadores de seis instituições de pesquisa: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS).
Abertura – Participaram da mesa de abertura a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales; a secretária executiva adjunta de Assistência Especializada da Susam, Dayana Priscila de Souza; o chefe do Departamento de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) André Luís Willerding; o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Jorge Luiz Maia; e o consultor técnico do Ministério da Saúde (MS), José Eloy dos Santos.
Márcia Perales destacou que, ao longo dos 16 anos de trajetória da Fapeam, muitas pessoas contribuíram para a política de CT&I no Amazonas. Em 2019, o Governo do Amazonas definiu a área como estratégica e prioritária para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado. Ela reforçou ainda que os seminários de avaliação parciais dos programas são importantes por permitirem aos coordenadores dos projetos ouvirem a opinião dos consultores externos.
“Temos a convicção de que o processo de monitoramento, acompanhamento e avaliação é crucial. Por isso que as atividades parciais são importantes, uma vez que se tem a oportunidade de redimensionar e intensificar o projeto para que se possa chegar ao final das pesquisas com os objetivos alcançados e com êxito”, enfatizou.
Dayana Priscila de Souza disse que é impossível pensar no Sistema Único de Saúde (SUS) sem pesquisa, e lembrou que o SUS é feito pela integração de ensino, pesquisa e assistência.
“Precisamos fortalecer cada vez mais a ideia da busca por respostas científicas e baseadas em evidências dentro dos nossos serviços de saúde. Hoje estamos dando um grande passo nessa construção, e estar em um evento como este resignifica a nossa atuação com o SUS melhor, integrado e interativo, que respeita os princípios que o constitui”, comentou.
Para o chefe do Departamento de Ações Estratégicas da Sedecti André Luís Willerding, “é importante incentivar a pesquisa e a tecnologia na área de doenças da região, em busca de melhorias para o sistema da saúde do nosso estado”, disse.
José Eloy, consultor técnico do MS, destacou que o seminário de avaliação parcial é crucial para o sucesso do projeto que está em andamento. “O acompanhamento de avaliação dos projetos é onde se consegue afinar os resultados que vão chegar, e também sanar problemas de execução da pesquisa em conversa com o coordenador. Isso permite uma melhor dinâmica, as vezes uma mudança no cronograma que não atrasa a pesquisa no final”, relata.
Segundo o presidente do CMS, Jorge Luiz Maia, é muito importante inserir o controle social, já que representa a sociedade em todos os seus segmentos. “Acho importante inserir o serviço de controle social em iniciativas de pesquisa, ciência e tecnologia e inovação para a contribuição do fortalecimento do sistema de saúde da nossa região”, disse.
Projetos – Um dos projetos apresentados durante o seminário foi desenvolvido pela pesquisadora do FMT-HVD, Camila Helena Bôtto, com o tema “Associação entre infecção por arbovírus e Storch na gestação e alterações no crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor na criança até o segundo ano de vida”. No estudo, ela realizou o levantamento completo da situação que ocorreu em 2016 com a epidemia de Zika Vírus em Manaus com as gestantes.
“Foi avaliada a frequência da infecção em mulheres gestantes que apresentaram ZiKa nessa época. Busquei avaliar tanto o crescimento dessas crianças quanto o desenvolvimento neurológico psicomotor, e também avaliar os custos desse problema tanto sob o ponto de vista da paciente quanto com relação ao serviço público”, destacou a pesquisadora.
Outro projeto apresentado foi o da pesquisadora Priscila Ferreira de Aquino, da ILMD/Fiocruz Amazônia, com o tema “Avalização das características epidemiológicas e moleculares de mulheres tratadas com lesões precursoras do câncer de colo de útero no Amazonas”. A pesquisadora destaca que o câncer pode ser evitado, no entanto, caso a doença já afete a paciente, o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura.
“A pesquisa vai poder auxiliar nas possíveis condutas de rastreamento para o melhor prognóstico das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais (NICs), ou seja, na avaliação das lesões precursoras do câncer de colo de útero”, comentou.
PPSUS – No Amazonas, a Fapeam é agente executora do Programa PPSUS, que é estruturado pelo Ministério da Saúde e parceiros para apoiar e fortalecer o desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam às peculiaridades e especificidades de cada Unidade Federativa (UF).
A aproximação entre os sistemas estaduais de saúde e de ciência e tecnologia e a comunidade científica, promovida pelo PPSUS, permite maior interação entre os atores locais para o fortalecimento da Política Nacional de Saúde.
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