Contrário à privatização das estatais, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou em Plenário, nesta terça-feira (17), que não é com a venda do patrimônio público que o governo conseguirá a retomada da economia do país.
Segundo ele, o que impede a superação da crise é a incapacidade do estado de fazer a máquina funcionar, gerada pela Emenda Constitucional 95, que limitou os gastos públicos.
Preocupado especificamente com o caso dos Correios, que contam com 100 mil trabalhadores, Paulo Paim afirmou que a empresa superou problemas na qualidade do serviço prestado e hoje entrega, no prazo, 99% das encomendas.
Ele alertou que a privatização da estatal pode privar milhares de municípios desse serviço essencial, uma vez que, após vendida, não é certo que o novo gestor da empresa irá manter agências em localidades onde não há lucro.
— Está mais do que na hora de o governo adotar outra postura e levar a sério medidas que assegurem a profissionalização da gestão das estatais, incluindo os Correios. Dessa forma, seria muito mais simples do que tentar privatizar uma empresa que presta um nítido serviço de utilidade pública. Poucos aqui talvez tenham noção do tamanho dos Correios, mas todos deveriam ter noção da sua importância — alertou.
Paulo Paim aproveitou para comentar reportagem publicada no jornal Valor Econômico, que revela o aumento de 69% no lucro das estatais, quando se comparam os números do primeiro semestre de 2018 com os do mesmo período do ano passado.
Segundo a reportagem, o lucro no primeiro semestre deste ano foi de R$ 60,7 bilhões. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras e Eletrobras foram responsáveis por 95 % desse valor, informou Paulo Paim.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)